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‘Eu vi ela morrendo, pedindo ajuda com falta de ar’: mulher com suspeita de covid morre no Into na madrugada desta quinta

Uma mulher, identificada pelas iniciais A.F.B., de 59 anos, morreu por volta das 3h da madrugada desta quinta-feira, 27, ao buscar atendimento no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into), unidade de referência para os casos de covid-19 no Estado. Segundo uma testemunha que presenciou a cena, ela chegou acompanhada de familiares já em estado crítico, mas houve demora no atendimento, e ela acabou morrendo mesmo antes de dar entrada na Unidade.

Imagens registradas por pacientes mostram o momento em que a equipe de plantão tenta reanimar a vítima, que está no interior do carro da família, mas sem sucesso.

“Já era a segunda vez que o carro ia lá. Na hora que eles chegaram, explicaram o que tava acontecendo, aí o segurança mandou ela entrar por trás, não sei por que. Quando eles foram lá por trás, demorou um pouquinho e elas voltaram, e nesse momento o cara voltou desesperado já batendo nos vidros. Se na hora que eles chegaram a primeira vez, tivessem sido atendidos, talvez ela ainda estivesse viva. Desde sexta rodavam com ela nas Upas, e nada de tratarem ela. Depois de uma médica se desesperar pedindo ajuda e sair correndo pra dentro, vieram com a maca e os aparelhos, mas ela já estava sem vida”, relata a testemunha que não quis se identificar.

A testemunha diz ainda: “[O sentimento é] de terror, de raiva, de desespero, porque eu vi ela morrendo pedindo ajuda com falta de ar. Uma negligência, né? Eu estava lá [no Into] desde às 21 horas e só saí de lá por volta das 5h da manhã. Ontem tinha umas 300 pessoas lá as 23 horas. Tinha gente que estava desde as 3h da tarde e ainda não tinha se consultado”, contou.

A reportagem do site A Gazeta do Acre procurou o governo do Estado que informou, por meio de nota, que “a paciente deu entrada na unidade já com parada cardíaca, onde foi submetida a manobra de ressuscitação sem sucesso”.

A Gazeta não conseguiu localizar a família da paciente para verificar se, de fato, o atendimento foi negado em outras unidades de saúde, conforme relatato pela testemunha, ou se a mulher havia sido vacinada contra a covid-19 ou não.

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Agnes Cavalcante: