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‘Não dá para viver’: acreanos falam sobre novo salário mínino de R$ R$ 1.212

“Não vale muita coisa esse novo valor”, diz João Campos, auxiliar de serviços gerais (Foto: Dell Pinheiro)

O presidente Jair Bolsonaro sancionou no último dia de 2021, o novo valor do salário mínimo que passou a vigorar no sábado, 1° de janeiro. Com alta de 10,18%, o salário que antes era de R$ 1.100, passou a valer R$ 1.212; um aumento de R$ 112. O site A Gazeta do Acre perguntou aos acreanos o que eles acharam do reajuste, e qual ‘malabarismo’ muitos irão fazer para administrar o novo orçamento.

“Esse valor é muito pouco. Veja quanto está o preço das coisas! Lá em casa sou eu, minha esposa e enteada, e é difícil, tem hora que aperta, pois só uma pessoa trabalha. Tem que saber o que está fazendo com o salário mínimo, senão você passar fome. Nem sabia que tinha aumentado esse tanto. Porém, tudo aumenta e não compensa, não vale muita coisa esse novo valor”, comentou João Campos, auxiliar de serviços gerais.

Geisiane Cunha de Almeida diz que a situação está “complicada” (Foto: Dell Pinheiro)

A dona de casa, Geisiane Cunha de Almeida, falou das dificuldades que enfrenta junto ao marido e os dois filhos, um recém-nascido. “No momento é só o meu marido que está trabalhando. É uma palhaçada esse aumento, não dá para viver. Se for fazer uma feira completa, gastamos mais da metade desse valor. Compramos apenas o básico para sobreviver, pois ainda tem as outras contas, como luz e aluguel. Tá complicado, assim como para a maioria dos brasileiros”.

“Vivemos em um Estado pobre com custo de vida de cidade grande”, lamenta o professor Raimundo Bento (Foto: Dell Pinheiro)

O professor Raimundo Bento, disse que a notícia o pegou de surpresa.” Não sabia que tinha aumentado o salário mínimo. É muito pouco, o mínimo que deveríamos receber era de R$ 4 mil. Sou professor, tenho duas rendas, e mesmo assim, às vezes fico apertado. Imagina para um pai de família, que ganha apenas esse valor. É complicado. Tudo está muito caro. No mercado o preço de algumas mercadorias está um valor hoje, amanhã já é outro. Vivemos em um Estado pobre com custo de vida de cidade grande”.

Para a diarista Maria Nogueira da Silva, R$ 112 de aumento, não dar para fazer quase nada.” Esse reajuste é absurdo. O que adianta o governo, se todo dia o preço das coisas muda. Esse valor não dá para comprar nem a botija de gás. Enquanto que os políticos aumenta os seus salários em valores elevadíssimo, o povo padece”.

A diarista Maria Nogueira diz que o aumento “não dá para comprar nem a botija de gás” (Foto: Dell Pinheiro)

Maria tem razão em questionar o valor dado pelo governo, pois o reajuste não teve aumento real. Para se ter uma ideia, o salário mínimo é corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e a expectativa é de que em 2021, o indicador tenha alta de 10,02%, dados que serão divulgados ainda este mês pelo IBGE. Ou seja, mais um ano sem alta real no salário mínimo.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 56 milhões de pessoas no Brasil, das quais 24 milhões são beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ainda, de acordo com o Dieese, em 2022, o valor do salário mínimo deveria estar em quase R$ 6 mil.

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Agnes Cavalcante: