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População enfrenta longa espera por atendimento no Into, que já atende quase 600 pessoas diariamente

A radiologista Nayrla Mota foi uma das pessoas que enfrentou longa espera por atendimento no Into, nesta quarta-feira (Foto: Dell Pinheiro)

O Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Acre (Into-AC) em Rio Branco, unidade de referência no atendimento de casos de Covid-19 em todo o Estado, segue lotado de pessoas em busca de atendimento. Nesta quarta-feira, 19, a fila se formou cedo no hospital. Segundo o diretor administrativo do hospital, Anderson Luiz, a demanda aumentou muito, nos últimos 10 dias, chegando a 570 atendimentos diários. Muitos com sintomas, e alguns já contaminados pelo coronavírus, como a radiologista, Nayrla Nascimento Mota, que testou positivo para a doença na segunda-feira, 17.

“Descobri que estava com covid-19 quando fiz o teste na Urap Maria Barroso, na Baixada da Sobral. Eles disseram que eu poderia vir logo ao Into, ou esperar até o dia 24 para voltar na unidade para começar o tratamento. Então, decidi pegar a receita no Into e procurar a medicação para o meu tratamento. Porém, está complicado conseguir atendimento. Estou doente, e o meu quadro pode se agravar. Não posso ficar no sou quente e esperar esse tempo todo”.

“Eu e minha esposa fomos em seis unidades de Saúde, isso desde ontem, e não conseguimos atendimento”, diz o professor Raimundo Ricardo (Foto: Dell Pinheiro)

O professor Raimundo Ricardo, disse que chegou ao Instituto às 5h da manhã. “Já são quase 10h e até agora nada de ser atendido. Estou há três dias com sintomas similares e vim ao Into para ver se estou com a doença. Eu e minha esposa fomos em seis unidades de Saúde, isso desde ontem, e não conseguimos atendimento. Eles dizem que os exames e testes são limitados. Está complicado, tudo lotado. Aqui, quem não estiver doente, vai sair infectado. Estamos vivendo um caos, sem previsão de acabar”.

Anderson Luiz, diretor administrativo do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Acre (Into-AC), disse que muitos estão indo a unidade querem fazer apenas o teste para saber se estão infectados pela covid-19.

“Porém, não é assim que funciona aqui. O que o Into faz: a pessoa está com os sintomas, procura a Unidade Básica de Saúde, após esse procedimento, o médico solicita, ou não, a internação do paciente, pois tem todo um período de sintoma, se a pessoa está no prazo de transmissão. Muitos não tem essas informações, e procuram o Instituto somente para fazer o teste, o que está provocando essa aglomeração. Já tentamos passar essas informações para à população, mas, de certa forma, não está chegando para a maioria”, diz Anderson Luiz.

O gestor ressaltou que só deve buscar atendimento no hospital quem estiver com sintomas da covid-19.

“A pessoa está com os sintomas vem para o Into. O teste é feito a critério do médico. Quem busca o atendimento aqui deve realmente estar com os sintomas, pois corre o risco de se contaminar, já que tem pessoas com covid-19 querendo se tratar. Estamos trabalhando com quatro médicos, e o atendimento é de 24 horas. A nossa demanda aumentou bastante nos últimos dez dias. São 570 atendimentos diários, um recorde. Por exemplo, no pico da pandemia, em fevereiro e março de 2021, chegamos a atender 440 pessoas. Temos sete pessoas estão na UTI covid. Desses, quatro não se vacinaram, e os outros não completaram o ciclo vacinal”, enfatizou Luiz.

(Foto: Dell Pinheiro)
(Foto: Dell Pinheiro)
(Foto: Dell Pinheiro)
(Foto: Dell Pinheiro)
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Agnes Cavalcante: