Vale lembrar que as escolas públicas atualmente passam por um processo de retomada das atividades presenciais e sua ocupação de forma deliberada comprometeria todo o esforço dos educadores.
A escola não pode ser a mais prejudicada
A minha preocupação decorreu do anúncio das autoridades de que as escolas públicas já poderiam ser ocupadas por famílias desabrigadas pelas enchentes, principalmente em razão da degradação do parque de exposições. Nada contra! Mas não podemos concordar com a corriqueira premissa de que a escola pública seja sempre a mais prejudicada.
A doutrina nos ensina que as Escolas devem ser as últimas instalações a serem utilizadas para abrigar as pessoas que são vítimas de desastres meteorológicos, como enchentes, incêndios florestais e terremotos, por exemplo. Quando a escola está funcionando normalmente e sem impedimentos, ela proporciona frutos ainda mais valiosos para a sociedade.
A falta de planejamento
A estrutura do Parque de Exposições sempre sofreu durante os períodos em que se manteve fechado. O prejuízo é ainda maior, sobretudo após esse longo período de isolamento social. Por isso, não se pode esquecer que o parque da paquera e dos negócios, sempre serviu para abrigar as famílias mais carentes, vítimas das enchentes do Rio Acre.
A vegetação que hoje cobre as telhas arrancadas pelos selvagens no parque de exposições, nos revela a falta de planejamento e vigilância das autoridades responsáveis.
Frutos das árvores envenenadas
É uma covardia permitir que somente a defesa civil se encarregue das consequências danosas de uma enchente, ao mesmo tempo que é inadmissível crucificar a escola pública pela falta de planejamento. A Defesa Civil e a Educação são instituições que apenas tentam reduzir os impactos sociais negativos causados pela falta de planejamento do sistema ao longo dos anos. Isso porque essas instituições atualmente colhem apenas os frutos das árvores envenenadas.
Alternativas
As normas internacionais sugerem que o Poder Público busque por alojamentos alternativos e que não comprometa o funcionamento de instituições públicas, principalmente escolas. As normas também motivam a contratação de instalações temporárias e dignas para os desabrigados e desalojados.
Ao meu ver, diante de tantas injustiças sociais, nem sempre as escolas e o parque de exposições serão instalações dignas para alojar as famílias desabrigadas.
Retomada das atividades presenciais
Vale lembrar que as escolas públicas atualmente passam por um processo de retomada das atividades presenciais e sua ocupação de forma deliberada comprometeria todo o esforço dos educadores.
A educação é um direito social
Não custa lembrar que as escolas são muito importantes para as crianças e para os jovens, pois além de prepará-las para a vida e para o mercado de trabalho, também permitem que os pais continuem trabalhando e possam retomar rapidamente à rotina anterior, após o período de crise. A educação é um direito social que não pode ser comprometido pela falta de planejamento das autoridades.