Os casos da subvariante da Ômicron estão numa escalada global nos últimos dois meses, com muitos países experimentando picos mais altos da infecção do que os apresentados nas variantes anteriores. Até o momento, a BA.2, como é denominada, já foi identificada em 57 países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com estudo feito por pesquisadores da Dinamarca, onde a BA.2 se tornou dominante, a sublinhagem é 33% mais transmissível do que as variantes anteriores, mas, felizmente, não parece provocar doença mais grave.
Embora mais transmissível, não há ainda dados concretos que apontem para uma doença mais grave, porém, vale dizer que a subvariante é recente e está sendo investigada.
Então, o quão preocupante ela é?
Antes, vamos falar melhor sobre como surgem as variantes e as subvariantes.
O que é uma variante?
Os vírus, e particularmente os vírus de RNA, como o SARS-CoV-2, cometem muitos erros quando se reproduzem. Eles não podem corrigir esses erros, então eles têm uma taxa relativamente alta de erros ou mutações e estão em constante evolução.
Quando o código genético de um vírus muda como resultado dessas mutações, ele é chamado de variante.
A Ômicron é uma variante “altamente divergente”, tendo acumulado mais de 30 mutações na proteína spike. Isso reduziu a proteção de anticorpos contra infecções e vacinas anteriores e aumentou a transmissibilidade.
Desde novembro, a Ômicron é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma variante de preocupação por conta de seu potencial de causar maiores taxas de reinfecção, aumento da transmissibilidade e redução da proteção vacinal.
E o que é uma subvariante?
Uma linhagem ou subvariante é um grupo geneticamente relacionado de variantes de vírus derivadas de um ancestral comum. A variante Ômicron compreende três sublinhagens: B.1.1.529 ou BA.1, BA.2 e BA.3.
A Ômicron não é a primeira variante a ter sublinhagens. No final do ano passado, o Delta “plus” ou AY.4.2 foi amplamente divulgada.
Há motivos para se preocupar com a subvariante BA.2?
Embora a OMS não tenha dado a BA.2 uma classificação separada, o Reino Unido rotulou BA.2 como uma variante “sob investigação”. Portanto, ainda não é uma variante de interesse ou preocupação, com base nas definições da OMS, mas que está sendo observada de perto.
O que chama atenção na BA.2 é seu potencial de transmissão, que é significativamente maior que o da Ômicron original. Um estudo conduzido na Dinamarca mostrou que a subvariante infectou com mais facilidade indivíduos vacinados e com doses de reforço do que as variantes anteriores.
Apesar disso, os dados até o momento não apontam que as vacinas seriam menos eficazes contra doenças sintomáticas.
Nos locais onde a subvariante BA.2 se tornou dominante, também não há está sendo observado aumento incomum de hospitalizações, o que parece ser um bom sinal.
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