Estima-se que entre 30% e 75% dos brasileiros que tiveram Covid-19 apresentam algum sintoma persistente após a infecção (dados do Ministério da Saúde).
O site A Gazeta do Acre conversou com alguns acreanos que foram contaminados pela doença, e as queixas são muitas: vão desde alterações no paladar e olfato, problemas de memória, desconforto respiratório, dificuldades para dormir, até depressão e ansiedade.
A funcionária pública Roseli Campos, de 42 anos, foi uma dessas pessoas que sofreu com sequelas pós pandemia. “Fui contaminado pelo vírus em 2021. Senti uma perda grande de memória. Às vezes eu tento falar determinadas coisas e as palavras fogem. Ainda esqueço muita coisa”, disse Campos.
O autônomo Francisco de Albuquerque Araújo, de 64 anos, falou que ainda sofre para sentir o gosto e cheiro das coisas. “Desde que ‘peguei’ a doença sinto dificuldade em sentir o cheiro e paladar da comida, isso é muito ruim. Mesmo curado, fiquei com esse problema. Espero que um dia possa voltar ao normal”.
A cozinheira Telma de Souza Lira, de 33 anos, comentou que sente dificuldades em dormir, e que aumentou a ansiedade. ” Tem dias que é difícil ter uma noite de sono tranquila. Depois que fui contaminada pela Covid-19 fiquei assim, além da ansiedade. Antes tinha preocupação com as coisas, mas não era de forma intensa, agora o problema se tornou excessivo”.
O mototaxista Gil Bandeira, de 43 anos, relatou problemas respiratórios. ” Até hoje sinto dores no peito e falta de ar. O quadro se agravar ainda mais quando ‘enfrento’ os dias de chuva para ir trabalhar. Parece que nosso sistema imunológico fica mais fraco quando somos contaminados. Estou me cuidando mais, e, se tiver que tomar mais vacina, cedo estou no posto de Saúde. Isso é o que todos devem fazer”.
Sintomas persistentes
Estudo publicado recentemente na revista científica The Lancet demonstrou que seis meses após a infecção aguda, 76% dos 1.733 pacientes avaliados ainda apresentavam algum sintoma persistente. Cansaço e fraqueza muscular foram as queixas mais comuns, presentes em 63% dos casos. Essas sequelas foram seguidas por dificuldade de dormir, ansiedade e depressão. Além disso, entre os que tiveram formas mais graves da doença, 56% desenvolveu algum tipo de alteração pulmonar.