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‘Momento desesperador’, diz morador de Jordão ao recordar inundação de casa após cheia dos rios

“É um momento desesperador, a gente passa uma vida trabalhando e vê a água levando tudo”, desabafa Rogério Silva, morador de Jordão. (Foto: Kézio Araújo)

O pedreiro Rogério Silva, de 28 anos, mora às margens do rio, desde que nasceu, na cidade do Jordão, interior do Acre. Na madrugada da última segunda-feira,21, ele teve sua casa inundada pela cheia dos rios Jordão e Tarauacá, que aconteceram, literalmente, da noite para o dia. Ele faz parte de uma das quase 100 famílias que ficaram desabrigadas ou desalojadas no município.

“Domingo, pela parte da tarde, ela (a água) já estava chegando aqui. Quando foi à noite, por volta das 22h, ela atingiu o nível do assoalho… Na madrugada, já estava tudo alagado em casa, mais de 30 centímetros acima do assoalho”, conta Rogério.

Ele relata que, durante a enchente, pendurou parte dos móveis e eletrodomésticos, mas que a água subia com muita rapidez e força. Imagens registram os danos que a água gerou em uma ponte em frente à casa do pedreiro.

Água chegou a cobrir ponte e fazer um barranco em uma das saídas, durante a enchente. (Foto: Kézio Araújo)

“As águas chegaram muito rapidamente, enchia muito  mesmo… Quando a gente estava atrepando as coisas, a gente se deparou com poste caindo, barranco derretendo, levando tudo, momento muito angustiante. A correnteza era muito grande para trafegar, tinha hora que a correnteza só faltava levar a gente”, recorda.

Cortado pelos rios Jordão e Tarauacá, o município de Jordão chegou a ter 70% da área urbana inundada, segundo informações da Defesa Civil. A cidade registrou chuvas intensas, com 90,80 milímetros em 24 horas. Boa parte da população da cidade, que possui cerca de 10 mil habitantes, ficou abrigada nas escolas. Com o recuo das águas, a prefeitura realiza uma ação de limpeza das ruas, e até o momento, cerca de quatro toneladas de lixo já foram removidas dos bairros.

Um poste chegou a cair com a inundação, em Jordão. (Foto:Kézio Araújo)

A cheia dos rios também danificou a régua de medição do nível dos mananciais, no entanto, com a diminuição no nível das águas, as quase 100 famílias que estavam no abrigo montado pelo poder público já começaram a retornar para suas casas.

“É um momento desesperador, a gente passa uma vida trabalhando e vê a água levando tudo. É gratificante ainda porque a gente saiu todos com vida, mas é muito triste, sentimento de tristeza mesmo”, afirma Rogério.

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