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‘Nossos dias são de muita luta, mas temos fé’: casal vende banana frita na Gameleira e chega a faturar mais de R$200 por dia

casal vendas banana frita (Foto: Dell Pinheiro)

O casal vende banana frita doce e salgada há 10 anos no Segundo Distrito de Rio Branco (Foto: Dell Pinheiro)

A rotina do casal comerciante João Fausto de Lima, de 60 anos, e de Julia Alves Rodrigues, de 49 anos, é de muito trabalho e pouca folga, porém, com esperança por dias melhores. Eles vendem banana frita doce e salgada há 10 anos no Calçadão da Gameleira, no Segundo Distrito da capital acreana e dizem ter uma clientela fiel.

No Brasil, onde o trabalho informal (sem registro em carteira) voltou a subir, atingindo mais de 38 milhões de pessoas, a expressão ‘matar um leão por dia’, tem como significado a resiliência em encarar problemas financeiros sem reclamar da vida. Pelo contrário, assim como Seu João e Dona Julia, a maioria desses trabalhadores possuem o sorriso no rosto como cartão de visita.

“Tem dia que chegamos a faturar mais de R$ 200. A banana custa R$ 5, e a que está tendo mais saída é a doce. É por meio desse trabalho que sutento minha casa. Meus filhos estão todos criados. Chegamos aqui no início da tarde e saímos às 6 horas, isso de segunda a segunda. Moramos aqui próximo. Nossos dias são de muita luta, mas temos fé no Senhor, e é isso que nos fortalece”, diz Seu João antes de ser interrompido por um cliente durante a entrevista.

"Quase todos os dias venho aqui. Já sou cliente há um bom tempo", diz o cliente Cleber Bezerra
"Tem dia que chegamos a faturar mais de R$ 200. A banana custa R$ 5, e a que está tendo mais saída é a doce", conta Seu João.

O assessor parlamentar, Cleber Bezerra, falou que ‘corta’ a cidade para comprar as bananas do casal. “Quase todos os dias venho aqui. Já sou cliente há um bom tempo. Não tenho dúvida que essa é a melhor banana salgada e doce de Rio Branco. Quem come uma vez, vai querer sempre! Podemos observar que toda hora tem gente comprando. Além do produto ser bom, eles são muito simpáticos e atendem a todos com um sorriso no rosto, apesar das dificuldades. Temos que ajudar essas pessoas, pois, assim como o casal, muitos buscam levar o sustento para casa dessa forma, através da informalidade”, comenta.

Segundo levantamento feito em dezembro do ano passado, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 17 Estados que tiveram taxas de informalidade acima da média nacional, o Acre ficou em 14º lugar com 46,3%. A pesquisa também demostrou que o número de desempregados representou 40,6% da população ocupada no 3º trimestre de 2021. Em 2020, o percentual era de 38,0%.

“Nossos dias são de muita luta, mas temos fé no Senhor, e é isso que nos fortalece”, diz Seu João (Foto: Dell Pinheiro)
Daniel Scarcello: