Com o crescente número de casos de insuficiência hepática relatados na mídia por causa de remédios emagrecedores, o uso de outro elemento muito comum de quem busca a estética corporal entra em xeque: os suplementos. Usados para suprir carências nutricionais e melhorar os resultados dos exercícios físicos, esses produtos também podem culminar em insuficiência hepática, quando usados sem supervisão.
De acordo com o médico Marcos Staak, muitas pessoas acreditam que o suplemento não faz mal por não ter venda controlada. A verdade é que o perigo pode estar escondido neste pequeno equívoco de categorização.
“Muitas pessoas e atletas podem se submeter ao risco sem se darem conta, isso porque acreditam que se fizessem mal à saúde, os suplementos não seriam vendidos sem receita em tantos lugares. Essas pessoas fazem uso de suplementos sem nenhuma indicação ou prescrição profissional, acreditando que qualquer um serve”, diz.
A exigência de receita médica não é necessária, pois a suplementação se encaixa na categoria alimentar e não medicamentosa, mas isso não significa que eles não oferecem riscos.
“Essa é uma linha de raciocínio bem equivocada. Os suplementos quando utilizados de maneira irresponsável, podem fazer mal, sim, e, dependendo da extensão do problema, podem comprometer totalmente a sua função hepática, ou seja, podem sobrecarregar tanto o seu fígado, a ponto de ele simplesmente parar de trabalhar como deveria”, diz.
A falta de acompanhamento profissional, além de gerar um uso incorreto sem uma visão estratégica e objetiva, também esconde os impactos da suplementação no organismo.
“O que agrava a situação é que as pessoas não fazem nenhum tipo de acompanhamento profissional para saber os impactos que o suplemento está gerando em seu organismo, além dos estéticos, visíveis em seu corpo”, alerta.
Segundo Marcos Staak, o quadro pode ser assintomático e a longo prazo pode resultar em uma internação, quando o caso já estiver avançado.
“Muitos desenvolvem uma DILI (Lesão Hepática Induzida por Drogas), que pode ou não ser sintomática e só é diagnosticada a partir de exames e análises. É por isso que o acompanhamento tem que ser de perto, com agendamento de consultas periódicas, para ver como as condutas elaboradas estão impactando o corpo.”
Ele destaca que o uso de suplementação é algo totalmente aceitável, quando isso vai ao encontro de seus objetivos e é algo estudado e recomendado por um profissional da saúde, que acompanhará como o seu corpo lidará com o que está recebendo.
“Assim, você evita qualquer tipo de risco ao seu fígado, que pode passar despercebido aos olhos mais leigos no assunto”, finaliza.