Como você viu aqui no ESTRELANDO, o nome de Danilo Gentili ficou entre um dos nomes mais comentados na web no último domingo, dia 17, por conta do filme Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, de 2017, disponível na Netflix – e, segundo informações do colunista Leo Dias, o humorista tem procurado pessoas próximas para explicar a situação e dizer que a discussão sobre pedofilia, que é mostrada no longa, está sendo tirada de contexto.
Ele ainda lembra que a obra não faz apologia à pedofilia, como estão acusando, e que ainda critica o comportamento padrão dos abusadores: pessoas acima de qualquer suspeita, que dificilmente seriam apontadas como capazes de abusar sexualmente de crianças.
Alguns políticos, por sua vez, estão sendo contrários ao filme e disseram que vão entrar na Justiça para que ele seja tirado do ar.
O vereador Thammy Miranda, por exemplo, protocolou uma moção de repúdio à classificação etária de Como se Tornar o Pior Aluno da Escola – o filho de Gretchen ainda repudia a maneira que o longa-metragem aborda o tema pedofilia e solicita que a plataforma de streaming se manifeste sobre a produção que está em seu catálogo.
Vamos lá: como funciona um filme de ficção? Alguém escreve um roteiro e pessoas são contratadas para atuarem nesse filme. Geralmente o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas.
O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá, gente? Essas pessoas na vida real não são assim. Temas super pesados são retratados o tempo todo no áudio visual.
O vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado (…) Às vezes é duro de assistir, verdade. Quanto mais bárbaro o ato, mais repugnante. Agora, imagina se por conta disso não pudéssemos mais mostrar nas telas cenas fortes como tráfico de drogas e assassinatos? Não teríamos o excepcional Cidade de Deus? Ou tráfico de crianças em Central do Brasil? Ou a hipocrisia humana em O Auto da Compadecida. Mas ainda bem que é ficção, né? Tudo mentirinha, finalizou.