A queda de braço entre prefeitura e servidores da educação continua, no entanto, apesar disso, a Secretaria Municipal de Educação deu a largada para o início do ano letivo nesta segunda-feira, 21. A abertura do ano letivo aconteceu na Escola Sheyla Maria Mendes Nasserala, localizada no Conjunto Tangará, onde estão matriculadas 210 crianças, de 4 e 5 anos.
A secretária de Educação da capital, Nabiha Bestene Koury, declarou que, mesmo com manifestações e a paralisação das atividades em algumas escolar, os alunos não podem ficar no prejuízo.
“A Secretaria Municipal de Educação, por meio de sua diretoria de ensino, planejou que iniciaríamos o ano letivo hoje, mesmo sabendo que algumas escolas ainda estão em greve. Temos compromisso com os alunos do município. Essas crianças já tiveram muitos prejuízos com a paralisação das aulas”, salientou.
A gestora também pediu que os profissionais retornem ao trabalho. “Que eles voltem para as escolas, que voltem a desenvolver suas atividades. Não podemos prejudicar o ano letivo dessas crianças, que já ficaram muito tempo sem estudar. Essa situação não pode mais continuar. Que aceitem o que foi proposto pelo prefeito”, concluiu.
Apesar do anúncio de retorno das aulas, na prática, a situação parece estar longe de ser normalizada. É que de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), cerca de 70% das escolas não iniciaram as aulas nesta segunda.
Segundo o sindicato, do total de 96 unidades de ensino que há na capital, 67 continuam com as atividades paralisadas.
Mobilização
A categoria pede uma série de reivindicações, como a reestruturação do Plano de Cargos, Carreira e Remunerações (PCCR). Nesta segunda-feira, 21, a categoria realiza um novo ato em frente à Prefeitura de Rio Branco. A presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, informou que o movimento continua por tempo indeterminado, até que as negociações com a prefeitura sejam finalizadas.
“A grande maioria das escolas não voltou e não vai voltar. A primeira proposta da prefeitura estava horrível, continua péssima, mas é possível dialogar. Infelizmente não querem atender o piso dos funcionários de escola, mesmo tendo condições de pagar. O prefeito anunciou que puxaria o piso dos professores pra dezembro, mas não entregou a proposta. Precisamos negociar, porque nossa categoria quer em parcela única, mas até poderá aceitar de duas parcelas. A categoria só vai sair de greve avançando no piso dos funcionários”, ressaltou Nascimento.
Proposta
Por meio de seu site oficial, a prefeitura de Rio Branco informou que, no domingo, 20, representantes da Secretaria Municipal de Gestão Administrativa (SMGA), se reuniram com os vereadores da Câmara Municipal de Rio Branco para apresentar a realidade dos cofres públicos e a proposta de reajuste para os servidores da educação. Segundo a gestão, o aumento ficará, em média, 30%.
“Ficou apresentado os valores da tabela, em três parcelas, e também que os recursos do Fundeb, dos valores totais, o município ainda complementa. Em uma média geral, o aumento ficará entorno de 30%”, disse o secretário de Gestão Administrativa, Jonathan Santiago.
“O prefeito foi muito claro no que tem e o que não tem. Estamos fazendo um esforço para que nenhuma categoria deixe de ser contemplada”, disse a vereadora Lene Petecão.
“Estamos saindo de consciência tranquila que o aumento dos funcionários está a contento”, disse o vereador Antônio Moraes.
“O prefeito está de parabéns de chamar os vereadores para mostrar o que está acontecendo nos bastidores do município de Rio Branco”, comemorou o vereador Raimundo Neném.
O prefeito Tião Bocalom enalteceu a forma transparente da gestão. Uma marca que traz consigo desde que administrou Acrelândia.
“Essa transparência é uma marca nossa de gestão pública, desde quando fui prefeito de Acrelândia, colocar os números em cima da mesa, como matemático que sou, não brinco com números. Então pedimos aos vereadores que nos reuníssemos hoje, em pleno domingo, para poder mostrar o que está acontecendo nesses aumentos salariais, em especial o do pessoal da educação”, concluiu Bocalom.
Estiveram presentes, além do prefeito Tião Bocalom e o secretário de Gestão Administrativa, Jonathan Santiago, os vereadores, Rutênio Sá, Lene Petecão, Samir Bestene, Célio Gadelha, Antônio Moraes, Raimundo Neném, Fábio Araújo, o líder do prefeito, vereador Raimundo Castro, o secretário Municipal da Casa Civil, Valtim José e o assessor especial de articulação institucional, Hélder Paiva.