Aos 39 anos, a dona de casa Thayris Lemos de Souza tem um grande sonho: o de realizar uma cirurgia bariátrica, procedimento indicado para tratar casos de obesidade grave. Pesando cerca de 230 quilos, ela busca apoio para conseguir se submeter a cirurgia que, na rede particular, chega a custar, em média, R$ 20 mil.
Moradora do bairro Vitória, em Rio Branco, ela chegou a integrar o Programa de Obesidade do Estado, por meio do qual, desde 2019, a Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) realiza cirurgias bariátricas por videolaparoscopia. Sobretudo, embora tenha integrado o programa que daria a ela a oportunidade de realizar seu grande sonho, os desafios impostos pelo sobrepeso a obrigaram a desistir do processo.
É que devido à sua condição, ela não tem a possibilidade de trabalhar e, portanto, não possui nenhuma fonte de renda capaz de suprir as despesas de deslocamento da sua casa até a unidade para dar continuidade ao acompanhamento.
“Eu comecei a fazer o tratamento em 2017. Participei de palestras na fundação, fiz exames com nutricionista e endocrinologista (…) mas as viagens ficaram muito pesadas, pois eu pagava R$ 50 reais por viagem com um amigo, aí tinha mês que eu chegava a pagar R$ 500 reais só de passagem, porque eu ia de duas a três vezes na fundação, desisti das consultas porque fiquei sem condições financeiras”, relata ela.
Desde que a história de Thayris se tornou conhecida, com apoio do Projeto Mãos Solidárias, a equipe vem fazendo apelos por meio das redes sociais para arrecadar fundos com intuito de ajudar a dona de casa a fazer a cirurgia com urgência na rede privada.
“Eu recebi a ligação de uma pessoa que não quis se identificar, falando da situação da dona Thayris. Fui ao local, no bairro Vitória e, conversando com ela, ela me contou a situação. Eu acredito que ela seja a pessoa mais obesa do Estado do Acre (…) a situação dela hoje é de vulnerabilidade social extrema. Ela já está sendo acompanhada pelo CRAS/São Francisco, mas a assistencia que eles dão é um acompanhamento temporário, encaminhamento para as Upas, Fundação…”, conta Rogério Rodriguez, presidente do projeto.
O apoio do CRAS, citado por Rodriguez, chegou após uma vizinha da dona de casa procurar a unidade. “Minha vizinha falou que ia no CRAS e eles vieram, fizeram uma visita. Hoje eles deixaram uma cesta básica pra mim e vão ver se conseguem me incluir no Auxílio Brasil”, relata Thayris.
Doações
“Hoje ela vive numa casa de madeira que se encontra em uma situação precária. Tem uma geladeira que quase não funciona. Todos os móveis dela são muito precários, ela recebe uma renda de 200 reais. Além de toda essa problemática, a casa dela só tem um ventilador, uma TV e uma geladeira, e ela tem um sonho de fazer uma cirurgia para voltar a ter uma vida normal por conta da situação dela”, diz Rogério.
“Mesmo com toda essa problemática, [a dona Thayris] é uma pessoa doce que, apesar de tudo, encontra motivos pra sorrir, então estamos buscando pessoas para que, dentro das possibildiades, possamos arrecadar colçhões, quem sabe uma geladeira, médicos que possam se prontificar pra ela fazer a cirurgia. Nossa meta é arrecadar 20 mil reais para que ela possa realizar o sonho dela em fazer a cirurgia bariátrica”, acrescenta.
Diante da realidade apontada por Rogério, o projeto apela para que aqueles que puderem fazer algum tipo de doação em dinheiro para a compra dos ítens citados, doem por meio da chave PIX de celular (68) 99917-3217, em nome da própria dona de casa, Thayris Lemos de Souza. Assim, ela, que é mãe de um menino, poderá viver com mais dignidade e possivelmente, realizar seu maior sonho: o de fazer a cirurgia para retomar a vida.
“Fazer a cirurgia vai ser um sonho realizado, porque vou voltar a fazer tudo o que eu fazia antes. Já faz mais de dois anos que eu não saio de casa pra canto nenhum. Se eu conseguir fazer minha baritátrica vai ser um sono realizado”, finaliza Thayris.
Fila de espera
Atualmente, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) do Acre, há 43 pessoas na fila de espera por uma cirurgia bariátrica no Estado e as cirurgias estão ocorrendo normalmente. Desde 2019, quando o programa foi iniciado, 51 pessoas já foram submetidas à cirurgia.
Veja abaixo o passo a passo para passar pela cirurgia na rede pública do Estado: