A burocracia, falta de infraestrutura e servidores têm gerado caos na fronteira entre Brasil e Bolívia, no município de Epitaciolândia.
A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) esteve na tranca que separa Epitaciolândia e Brasiléia, no Acre, de Cobija, na Bolívia, para ver as dificuldades enfrentadas pelos caminhoneiros e transportadoras.
Segundo os caminhoneiros, as cargas demoram até seis dias pra serem liberadas pelos órgãos fiscalizadores, dependendo da demanda. Apenas uma vistoria é feita por dia, poucos dias da semana, o que acarreta em filas quilométricas fora do pátio.
“Os caminhões estão ficando até seis dias esperando no pátio, que não tem a mínima infraestrutura para botar os veículos. Os caminhões estão quebrando e ficando atolados. Qualquer país do mundo quer exportar, mas o Brasil não está ajudando”, disse um dos profissionais.
Para a deputada, além da reforma do pátio da Receita Federal, é necessário urgentemente que o posto fiscal entre Assis Brasil, no Brasil e Iñapari, no Peru, comece a funcionar.
“Não faz o menor sentido caminhões que precisam atravessar a fronteira para o Peru terem que ir até essa fronteira, na Bolivia, para fazer o desembaraço pelo simples fato de não ter funcionário do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) na fronteira entre Brasil e Peru”.
Perpétua acrescenta: “isso tem agravado a situação, demorado o processo e acumulado um grande número de caminhões na fronteira com a Bolívia por falta de fiscal do MAPA naquela fronteira. Diminuiria pela metade essa demanda”.
Cerca de 50 caminhões por dia, que precisam ir para o Peru, precisam ir até a fronteira da Bolívia para serem fiscalizados. “Esse processo é desrespeitoso para quem se aventura a fazer exportação do Brasil para outros países. É desrespeito com as empresas, com os caminhoneiros e para quem espera pelos produtos. O Brasil precisa resolver isso imediatamente”, disse.
Perpétua já solicitou reunião com representantes do Mapa e da Receita Federal para discutir soluções para o problema.