Imagens de uma câmera de segurança registraram o momento em que Marcondes Inácio de Oliveira, de 33 anos anos, foi morto por um policial penal na última terça-feira, 1º de março.
No vídeo, é possível ver o momento em que a vítima chega ao local, em um carro vermelho, em frente à casa da ex-mulher, e encontra o atual namorado dela que está dentro de outro veículo. Após eles interagirem, é possível ver quando a vítima cai no chão e o outro carro sai lentamente do local em seguida.
Três dias após o fato, o policial penal que efetuou o disparo se apresentou à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Rio Branco, na quinta-feira, 3. Acompanhado de um advogado, ele prestou depoimento em que assumiu a autoria do disparo, mas alegou legítima defesa e foi liberado, pois há havia passado o período de flagrante previsto em lei.
Segundo o delegado que coordena as investigações, Ricardo Casas, ele teve a arma apreendida para perícia, mas responderá em liberdade, pois não houve flagrante. Em depoimento, ele alegou que disparou uma única vez para não ser agredido pela vítima, mas o delegado responsável pelo caso deve confrontar o depoimento com as imagens captadas por câmeras de segurança da região, que irão corroborar ou não a versão do acusado.
“Ele narrou como os fatos ocorreram, toda a dinâmica do evento, além disso, nossos investigadores estão coletando todas as evidências que existem para, ao final, juntamente com as perícias, fazer o juízo de valor com relação a toda a ação. O interrogatório dele foi simples, ele foi bem conciso naquilo que tinha a declarar, narrou todos os fatos que levou ao óbito o senhor Marcondes”, relata o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, um facão foi encontrado com a vítima, sobretudo, tudo será investigado. “Ele [acusado] narrou como aconteceu os atos e a necessidade dele em realizar o disparo. Pra concluir as investigações, a gente necessita ainda que essas perícias sejam concluídas e enviadas à DHPP. Essas imagens [das câmeras de segurança] são importantes até para corroborar ou refutar aquilo que ele falou no seu interrogatório, para que não pairem dúvidas acerca da conduta dele e da investigação também”, explicou o delegado.
O delegado também falou que o policial penal pode ser indiciado ou não, dependendo da conclusão das investigações. “[Ele pode ser] Ou não indiciado. A investigação busca a verdade, esclarecer os fatos, então da mesma forma que uma pessoa que executou vai responder por homicídio qualificado e quem agiu em legítima defesa não vai ser indiciado”, disse.
De acordo com a polícia, a Justiça havia concedido uma medida protetiva em favor da mulher, contra o ex-marido que morreu, após ser baleado.