A decisão do governo do Acre de flexibilizar o uso de máscaras continua rendendo críticas, um dia após o anúncio feito por meio do site oficial do governo, na noite de terça-feira, 8. Uma das pessoas que se manifestou publicamente foi o médico infectologista Thor Dantas, que comentou a decisão, por meio das redes sociais: “o certo seria que os membros do Comitê não opinassem publicamente, antes que o assunto passasse pelo colegiado, mas as decisões da gestão também saem sem que haja discussão’, disse ele, no Twitter, acrescentando que “é difícil trabalhar assim”.
O entendimento de Dantas vem ao encontro do que alegou o Ministério Público do Acre (MPAC), que afirmou, do ponto de vista legal, por meio da Promotoria de Defesa da Saúde, que a obrigatoriedade do uso das máscaras continua com base no Decreto Estadual nº 11.007 de 21 de fevereiro de 2022 e a nível federal, a Lei 13.979, visto que, até o momento, não houve publicação de qualquer decreto que desobriga o uso das máscaras, mas apenas uma notícia divulgada pela comunicação oficial do Estado. Neste caso, o MPAC ainda está avaliando a situação e quais medidas poderão ser adotadas.
Segundo o coordenador interino do Pacto Acre sem Covid, Advagner Prado, apesar do que foi divulgado no site oficial do governo do Estado, a situação ainda não foi definida. Uma nova reunião do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19 deve ser realizada nesta quinta-feira, 10, para deliberar sobre o assunto.
“A gente começou uma conversa ontem (08/03) sobre de que forma iríamos fazer esse trabalho. Já temos um parecer em mãos e amanhã vamos passar para deliberação do comitê covid, então não temos nada oficialmente definido ainda. As medidas sanitárias tem que continuar sendo obedecidas. A pandemia não acabou. O que caiu foi o decreto de emergência em saúde”, esclareceu Prado.
Enquanto isso, a população segue sem saber o que fazer, visto que, embora o governo do Acre tenha divulgado que o uso de máscaras não é mais obrigatório, a gestão afirma que “recomenda” o uso em ambientes fechados e de grande aglomeração, o que deixou os acreanos inseguros sobre as medidas devem adotar a partir de agora. É o caso da empresária Daniela Barcellos.
“A gente sabe que recomendação é diferente de obrigação, e aí pairou a dúvida de como proceder com os clientes em lojas, uma vez que estávamos exigindo o uso obrigatório (…) Se já era problemático antes, ficou a pergunta, tiro ou não os comunicados? Permaneço solicitando que os clientes usem máscaras? É uma situação problemática já antes dessa medida, no dia a dia do comércio. Entre lojistas, era comum ouvir o relato de que alguns clientes se recusaram a usar máscaras, então é importante que essa informação fique bem clara, para que a gente evite problemas nos estabelecimentos comerciais”, relata a empresária Daniela Barcellos.
Veja a publicação do médico: