Foi realizada na manhã desta quarta-feira, 30, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), uma reunião entre sindicalistas e representantes das comissões de Orçamento e Finanças, Serviço Público, Educação e de Constituição e Justiça, além da equipe econômica do governo do Estado, com objetivo de discutir a reposição salarial e as perdas inflacionárias dos servidores públicos.
Os servidores da Educação reivindicam a reformulação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) e a realização de novo concurso público. No dia 11 de março, o governo anunciou reajuste de 5,42% para todos os servidores públicos, no entanto, o percentual mínimo reivindicado pelos servidores da Educação é de 10%.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintesac), Rosana Nascimento, disse que os servidores estão revoltados com a proposta apresentada pelo governo.
“No acordo judicial eles afirmam que vão fazer a reposição inflacionária dos últimos dois anos e não o fazem, oferecem 5,42% que não cobre nem a do ano passado. Estão tirando 3% da nossa referência. Por que sacrificar a Educação, se comparada às outras categorias, é a que menos recebe? Um aluno soldado recebe mais que eu, que tenho com 30 anos de serviço e também mestrado. Repensem essa postura. Estamos expressando o nosso sentimento e o mínimo que vocês podem fazer é manter nossa estrutura de carreira”, ressaltou Rosana.
O secretário de Assuntos Governamentais, Alysson Bestene, declarou que aqueles que se mostram contrários ao percentual oferecido pelo governo, podem acionar a Justiça, ressaltando que o aumento não irá além do oferecido.
“Disponibilizamos uma equipe técnica para tirar todas as dúvidas e estamos dispostos a apresentar as informações necessárias. Todavia, o governo tem uma posição, que é de que nós fechamos acordos com os números que temos e iremos encaminhar o PL pra Aleac, pois temos um prazo a cumprir. Se diante disso não avançarmos, cumpriremos o que está na lei, que é somente o piso salarial e entendemos que os servidores podem contestar na justiça”, pontuou.
Já o secretário de Planejamento, coronel Ricardo Brandão, ressaltou que o reajuste aos servidores públicos do Acre será com esse percentual, sem possibilidade de negociação.
“Há um aspecto em relação as projeções do aumento de Receita e nos reunimos com a equipe técnica da Sefaz para discutirmos isso. Eles nos mostraram planilhas de comparação da arrecadação do Estado do ano passado e, em comparação ao ano passado, houve um decréscimo de 42% de arrecadação nesse primeiro bimestre. O cenário não nos oferece condições suficientes para o que foi projetado para este ano. Não há um cenário de otimismo”, disse Brandão.
O posicionamento do governo, no entanto, foi rebatido pelo deputado Daniel Zen (PT), que frisou que o governo não pode tratar como bobos os parlamentares, nem tampouco os trabalhadores.
“Ou Gladson Cameli traz uma outra projeção de renda ou não adianta nada. Não aceitaremos o que está sendo proposto, nem os servidores aceitarão o que está sendo oferecido a eles”, finalizou.