Made In Acre está entre as 30 marcas criativas convidadas para o evento da #ModaDoNovoMundo, em homenagem à Semana de Arte Moderna de 1922
Na próxima semana, a partir de 19 de abril, a marca acreana autoral Made In Acre estará em São Paulo, principal metrópole do país, para representar o estado na Mostra #ModadoNovoMundo, evento vanguardista concebido em homenagem à Semana de Arte Moderna de 1922. As 30 marcas convidadas apresentarão ao Brasil e ao mundo a legítima cena da moda brasileira, representando o vanguardismo do movimento antropofágico proposto pelos artistas modernistas há 100 anos.
Assim como na Semana de Arte Moderna de 22, organizada por Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Di Cavalcanti, as marcas escolhidas propõem através de suas criações uma nova visão de arte, com estética inovadora.
Serão expostas trinta peças de profissionais com atuações peculiares em diferentes áreas: pintura, bordado, tecelagem, tricô, crochê, trançado com fibras naturais, tramas com retalhos, rendas manuais, tingimentos artesanais, naturais e botânicos, upcycling, customização, restauração; diversas aplicações e intervenções, com estamparias tanto conceituais quanto tradicionais.
São peças modernas com memórias, que misturam várias linguagens de arte, como poesia, literatura, música e audiovisual, e trabalham inovação, como experimentações em construção de biotêxteis e não-tecidos alternativos, e comunicação eletrônica experimental.
Além da marca acreana Made In Acre, participam da Mostra: Aline Martinez, Brechó da Poppi, Coelho Gavião, Coletivo de 2, Feito por Gita, Grão, Gustavo de Carvalho, H-AL, Jô de Paula, Júlia Novaes, Kátia Fagundes – Da Tribu, Las Chicas Tienen Fuego, Leila Bahia, Linhas pontos e panos, Lizzi, Luciano Pinheiro, Maria com chá, Mylena Uhlig, Naná – moda comunitária, Noeme Gomes, Otake, Refazenda, Susana Fernandez, Ventana, Vermelho Flô, Verson Souto, Watatakalu Yawalapiti, Willi de Carvalho, Xilo Shirt.
Mônica Horta, curadora e realizadora do evento, assegura que “existe um grande sentido de identidade na cena cultural da moda autoral brasileira, uma vez que a criatividade, para nós, é um recurso infinito, nosso bem coletivo mais precioso. Essa Mostra será uma documentação estética/conceitual, um registro histórico da democracia do estilo da legítima moda que a gente inventa”.
Mônica Horta, curadora do evento
A #ModaDoNovoMundo se apresentará como instalação coletiva, uma coleção multiplural, como uma soma de profecias estéticas do presente-futuro, com toda a liberdade que lhe é devida, desde a ambientação, elaborada com estruturas orgânicas coletadas na Mata Atlântica e Cerrado – do ecótono da Cuesta Paulista -, até as próprias peças, cada uma com conceito construtivo, fundamento, técnicas e matérias-primas próprias, com riquezas vindas de todas as regiões do Brasil, desde o Xingu até Santa Catarina, passando pelo Acre e Minas Gerais, indo até o Maranhão.
Na abertura da Mostra, no dia 19 de abril, que acontecerá no Centro Cultural São Paulo – CCSP, haverá uma roda de conversa, com a presença de grandes nomes da cena cultural que atuam em sintonia com os modernistas, e criadores de diferentes regiões, para trocar ideias sobre “A Semana de Arte de 22 e a Moda do Novo Mundo”, além de performances das marcas participantes. Já no dia 1º de maio, em seu encerramento, acontecem dois desfiles, nas rampas da Praça das bibliotecas.
Paralelamente à Mostra, o Instagram @_modadonovomundo realizará a “Semana de moda moderna”, de forma híbrida, com a publicação de conteúdos diários inéditos de marcas convidadas, com visitas guiadas, filmes de moda, lives, rodas de conversas e oficinas.
A peça que representará o Acre na Mostra
Camiseta com a frase “O Estado que lutou pra ser brasileiro” representando a finalidade da Revolução Acreana, marcada por uma série de conflitos de fronteira entre a Bolívia e a Primeira República Brasileira, de 1899 a 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, com a anexação da região ao Brasil. A partir daí, o Acre para ser um Estado brasileiro. A peça ganha um acessório criado por mulheres indígenas. A peça reúne tem grande representatividade, por une homenagens ao grande marco da história do Acre e aos povos originários.
Foto: Sérgio Valle
Peça da Made In Acre escolhida para participar da Mostra
Foto: Luíza Pinheiro
Sobre a Made In Acre
Criada pelas amigas Rayssa Alves e Juliana Pejon, a Made In Acre é uma declaração de amor ao Acre. Rayssa, 30, é uma acreana que vem se apaixonando cada mais pelo seu estado, à medida em que busca conhecer a sua gente e a sua história. Já Juliana, 37, é uma paulista que criou raízes no Acre desde a adolescência, quando veio residir no estado, onde constituiu família. Como diz um ditado local, bebeu da água do rio Acre e ficou. E essa é a missão das sócias: enaltecer as belezas da Amazônia acreana e a cultura local, através das histórias de sua gente. A Made In Acre é mais que uma marca, ela é um sentimento de pertencimento traduzido através de produtos e de histórias que vêm sendo contadas nas redes sociais, através de suas páginas no Instagram e no YouTube. Assim, desde dezembro de 2019, a marca vem crescendo e hoje conta com uma linha diversificada de peças e artigos, entre t-shirts, croppeds, moletons, bonés, bolsas, carteiras, chinelos, garrafas térmicas, agendas moleskine e canetas de bambu. Na loja, localizada na rua Pernambuco, 838, em Rio Branco-AC, também são oferecidos outros itens que valorizam a identidade acreana, como produtos alimentícios da culinária local e artesanatos, a exemplo da bandeira do Acre, da farinha de Cruzeiro do Sul, de biscoitos e bombons de castanha e cupuaçu e de acessórios indígenas. A marca passou a ser mais conhecida nacionalmente desde que o DJ Alok surgiu no acampamento indígena na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contra o marco temporal usando uma t-shirt da Made In Acre com as palavras “Barulho da Floresta”. Ele também usou a camiseta nas gravações do seu primeiro álbum autoral, projeto realizado em parceria com etnias indígenas da Amazônia brasileira. A Made In Acre realiza ainda projetos socioambientais, em parceria com povos originários, comunidades tradicionais e ONGs de proteção aos animais. Exemplo disso foi a coleção de camisetas com bordados feitos por jovens indígenas para auxiliar a etnia Yawanawa, no início da pandemia de COVID. Nesse mesmo período, a marca doou máscaras e álcool em gel para uma comunidade da etnia Huni Kuî. E, recentemente, criou uma coleção de bandanas para pets a partir do reaproveitamento de tecidos das camisetas que seriam descartados, cujo lucro foi doado para a Sociedade Amor a Quatro Patas.
Conheça outras peças que participarão da Mostra #ModaDoNovoMundo
Willi de Carvalho
Lizzi
Aline Martinez
Luciano Pinheiro
H-AL
Ventana
Júlia Novaes
Jô de Paula
Susana Fernandez
Serviço:
O que? Mostra “#ModaDoNovoMundo”
Quando? 19 de abril a 1 de maio de 2022
Onde? Centro Cultural São Paulo | CCSP e @modadonovomundo
Endereço? Rua Vergueiro, 1.000, Paraíso, São Paulo
Horário? 10 às 22h
Acesso livre e gratuito