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Após dois meses, servidores da Educação suspendem greve e desabafam: ‘É como se tivessem matado um filho nosso’

(Foto: Dell Pinheiro)

Em greve, desde fevereiro deste ano, por uma série de reivindicações, os professores da rede estadual de ensino decidiram suspender a mobilização, cinco dias após a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) aprovar a proposta do governo de conceder reajuste de 5,42% aos servidores públicos, além de auxílios.

É que, de acordo com os sindicalistas, o ideal seria um reajuste de, pelo menos, 10%, o que se aproximaria de uma reposição inflacionária, o que não ocorreu. Após a decisão de suspender a greve, tomada em assembleia da categoria, Rosana Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), declarou à GAZETA que o sentimento é “fúnebre”.

“O governo passou por cima da categoria e destruiu a nossa carreira. Não teve acordo, pois o governo, com a maioria dos deputados, aprovou um projeto, destruindo nossa carreira, desestruturando nossas tabelas. Já está o projeto aprovado, nós não temos mais o que fazer, porque nós não temos a maioria dos deputados”, declarou.

Desde fevereiro, os servidores da Educação realizaram inúmeros atos, mas sem avanços (Foto: Dell Pinheiro)

Apesar da suspensão do movimento, uma mobilização silenciosa ainda irá ocorrer. De acordo com Nascimento, os professores irão colocar outdoors, espalhados pela cidade, para que a população saiba quem foram os “traidores da Educação”.

“Vamos colocar outdoors com a cara desse governador que destruiu a nossa carreira, dos deputados, e da [então] secretária [de educação, Socorro Neri]. O sentimento é fúnebre, porque o cara matou a nossa estrutura de carreira, nós ficamos como se tivessem matado um filho nosso. Ficamos 30 anos lutando, no sol e na chuva, aí o cara com uma canetada, e os deputados, em menos de um minuto, acabam com a nossa carreira. O governo ainda está mentindo que teve ganhos, mas não teve. Esses números são fraudulentos”, finalizou.

Com a suspensão da greve, os professores e demais trabalhadores devem se apresentar aos trabalhos normalmente. Com isso, o retorno das aulas, previsto para o próximo dia 11 de abril, está mantido no Estado.

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Agnes Cavalcante: