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Produtos amazônicos à base de açaí e castanha-do-brasil são apresentados em Feira Internacional

O público presente no estande da Embrapa na Anufood Brazil 2022 irá conhecer o néctar misto de açaí e diversos produtos como farinha, óleo e biscoitos de castanha-do-brasil. A feira internacional de negócios exclusiva para o setor de alimentos e bebidas acontece entre os dias 12 e 14 de abril, no São Paulo Expo, na capital paulista.

O potencial agrícola de frutíferas na Amazônia e os investimentos em pesquisas contribuem para a fabricação de produtos com sabores que caem no gosto do consumidor nacional e internacional. O açaí e a castanha-do-brasil (também conhecida como castanha-do-pará) estão com tudo nesse cenário.

Os dois alimentos, que se confundem com a história gastronômica dos povos extrativistas da floresta, chegam ao mercado do mundo todo com novos sabores para atrair os consumidores que buscam produtos saudáveis.

(Foto: Ascom/Embrapa)

Segundo o chefe-adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa Acre, Fernando Malavazi, a equipe trabalha no desenvolvimento de soluções inovadoras e boas práticas que garantem a qualidade dos alimentos. O evento é uma vitrine para dar visibilidade aos resultados da pesquisa agropecuária aliada à elaboração de produtos mais competitivos.

“Nós pretendemos que as cadeias produtivas do açaí e da castanha se fortaleçam e possam acessar novos mercados. Nossa ideia é buscar parceiros e expandir os produtos gerados a partir de pesquisas desenvolvidas na Embrapa. Queremos mostrar que estamos inseridos na bioeconomia e que esse novo modelo de negócios pode mudar a forma como a gente produz alimentos, aliando conservação e desenvolvimento regional”, salienta.

A ação conta com apoio do programa federal Bioeconomia Brasil – Sociobiodiversidade, por meio da parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Embrapa, e com o grupo Miragina.

Néctar misto de açaí

(Foto: Ascom/Embrapa)

Que tal ter uma bebida natural, nutritiva e com alto valor energético a hora que você quiser? O produto desenvolvido no laboratório de tecnologia de alimentos da Embrapa Acre é composto com polpa de açaí, cupuaçu e guaraná, sem adição de conservantes e pode durar quatro meses em temperatura ambiente.
De acordo com a pesquisadora Joana Maria Leite, a bebida contém grande quantidade de antocianina, composto antioxidante que combate os radicais livres do corpo humano. Por isso, o néctar pode ser um alimento utilizado por esportistas e pessoas que praticam atividades físicas regulares, por ser rico em calorias e ter fácil absorção.

Em testes de sabor e textura realizadas com consumidores em várias regiões do país, o produto obteve ótimos índices de aceitação. A tecnologia oferece grande potencial econômico para as agroindústrias processadoras do açaí por agregar valor ao produto e atender as demandas de um mercado consumidor em expansão.

O produto está em fase de fechamento de parceria com empresas para validação de fabricação em escala industrial e comercial para lançamento no mercado.

Castanha-do-brasil

(Foto: Ascom/Embrapa)

A produção extrativista da castanha-do-brasil, espécie nativa da Amazônia recomendada em dietas alimentares devido ao seu alto teor de proteína e presença de antioxidantes, requer a aplicação de boas práticas para atender os padrões de qualidade tanto das indústrias nacionais quanto do mercado internacional. Para exportar o produto, há tolerância zero à presença de aflatoxinas, substâncias produzidas por fungos presentes naturalmente no solo da floresta.

A Embrapa Acre desenvolveu e validou boas práticas com o objetivo de melhorar a qualidade da castanha-do-brasil e garantir a segurança do alimento, o que garante valor agregado ao produto e gera renda ao produtor.

De acordo com a pesquisadora Virgínia Álvares, inúmeros fatores interferem na qualidade da castanha, mas os pontos mais críticos são a secagem e armazenamento das amêndoas. Os procedimentos adotados nestas etapas podem determinar como o produto chegará ao mercado. “As Boas Práticas agregam valor ao produto porque melhoram a sua qualidade. A castanha manejada possui um diferencial de mercado e isto possibilita a negociação de preços mais justos, com reflexos positivos na renda das famílias e qualidade de vida das comunidades”, diz.

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Agnes Cavalcante: