Em uma clara estratégia de boicotar qualquer tentativa de protestos das categorias em greve, durante a inauguração da nova enfermaria do Pronto Socorro, o governo do Estado decidiu reunir representantes dos servidores da Saúde, na tarde desta segunda-feira, 4, na Casa Civil. A reunião ocorre, simultaneamente, à solenidade no PS, anunciada como “um marco para a saúde pública do Estado”.
Apesar do encontro com representantes da procuradoria geral do Estado, da Casa Civil e da Secretaria de Planejamento, o Sindicado dos Médicos do Acre (Sindmed) decidiu manter um carro de som transitando pelas adjacências da Unidade Hospitalar, com o intuito de mostrar ao governador o descontentamento da classe.
Entretanto, com pouco menos de meia hora circulando pela área, o motorista disse que foi abordado por policiais, mais de uma vez. Na última, disse ele, “fui ameaçado de ter o carro apreendido e tive que ir embora”.
Reajuste
Um dia após o reajuste proposto pelo governo do Estado ser aprovado na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), representantes dos sindicatos da Saúde se manifestaram acerca das propostas.
A categoria está em greve em todo o Estado, desde o dia 8 de março, e pede que o governo do Estado cumpra os acordos feitos, ainda em 2021, com a gestão de Gladson Cameli, como realização de concurso público, reposição dos dois últimos índices inflacionários, a reforma do Plano de Cargo, Carreira e Remuneração (PCCR) e o fechamento da revisão do Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT).
“Aprovaram os 5,42%, mas nós queremos o restante e vamos continuar de braços cruzados, até porque ainda tem a questão do concurso público e da insalubridade que a gente ainda está analisando os laudos técnicos que foram entregues pelo governo e já apontamos uma infinidade de falhas nos laudos técnicos e nós vamos questionar também”, destacou o doutor Guilherme Pulici, presidente do Sindimed/AC.
Segundo Adailton Cruz, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Acre (Sintesac), na próxima terça-feira, 5, a categoria deve se reunir em uma Assembleia Geral para definir os rumos da greve.
“A parte de auxilios é um momento que a gente considera satisfatório neste sentido. Graças a Deus foi consolidado, no entanto, a parte de reajuste, foi muito abaixo do que o governo se comprometeu e também a falta de divulgação do edital de concurso público. Hoje o clima é de muito desanimo e decepção”, disse Cruz.