Depois de três anos com redução do índice de mortes violentas, o Acre voltou a viver momentos de tensão entre o final de março e início de abril, devido a guerra entre grupos criminosos. No último fim de semana, um confronto com as forças de segurança resultou na morte de dois suspeitos em Brasileia, na fronteira do Acre com a Bolívia.
Segundo a Segurança Pública, o confronto ocorreu enquanto equipes da Companhia de Operações Especiais (COE), do Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro do 5º BPM), Grupo Especial de Fronteira (Gefron), do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) e Polícia Penal estavam na Operação Hórus, do Programa Vigia do governo federal, quando receberam informações de que homens estariam andando armados, invadindo residências e ameaçando moradores do bairro Leonardo Barbosa.
Os suspeitos estariam obrigando moradores a levar alimentos e bebidas para uma casa abandonada, onde eles estavam escondidos. Com as informações, os policiais fizeram o cerco e mandaram os suspeitos saírem da casa, mas a ordem não foi acatada e os policiais invadiram o local, sendo recebidos a tiros.
No confronto com a Polícia Militar, os dois suspeitos, Raimundo de Castro Oliveira e Sérgio Emanuel Gadelha Ferreira, acabaram morrendo. Eles chegaram a ser levados para o Hospital Regional do Alto Acre, mas morreram durante atendimento médico.
No local, a polícia apreendeu dois revólveres calibre 38 sem marca e numeração e ainda 21 munições calibre 38 e 50 munições calibre 9 milímetros.
Extensa ficha criminal
A Segurança Pública do Acre informou que os registros oficiais revelam que Sérgio Emanuel Gadelha da Silva e Raimundo Castro de Oliveira, vulgo “Raimundinho”, mortos no confronto com a polícia no sábado, 16, em Brasileia, tinham extensa ficha criminal. Além disso, investigações teriam apontado que a dupla já planejava mais homicídios no município.
Segundo apurou a força-tarefa, que desde o último dia 5 desencadeia operações policiais na região do Alto Acre, Sérgio Emanuel Gadelha da Silva, desde o início do ano, vinha coordenando um grupo criminoso no município de Epitaciolandia.
A policia aponta que, no mês de fevereiro, Sérgio e seu bando praticaram três roubos na zona rural de Epitaciolandia. Apurou-se que o grupo ficava em ramais e abordavam moradores para roubar motos. Em um dos crimes, conforme as investigações, o grupo invadiu uma propriedade rural, fez uma família refém, e roubou motocicletas e dinheiro.
Sérgio Emanuel, de acordo com as forças policiais, também era investigado nos diversos casos de execuções que ocorreram em Brasileia, desde o início de março deste ano. “No dia 26 março de 2022, Sérgio Emanuel e seus comparsas conseguiram fugir de um cerco da Polícia Boliviana na cidade de Porvenir. Na ação, a polícia daquele país aprendeu armas, munições, motos além do documento de Sérgio Emanuel”, aponta a investigação.
Quanto a Raimundo Castro de Oliveira, vulgo “Raimundinho”, segundo as forças policiais, este era apontado pela Polícia Civil, em Brasileia, como o principal responsável por diversas execuções naqela cidade. A justiça já havia decretado a prisão de “Raimundinho” e as forças Policiais estavam a sua procura.
Da ação, que vitimou os dois homens que entraram em confronto com as forças de segurança, participaram integrantes da Polícia Civil (PC), Polícia Militar (PMAC), Grupo Especial de Fronteira (Gefron), Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN) e o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).