Após quase cinco meses de investigação, a Polícia Civil conseguiu identificar e prender o suspeito de torturar Renan Souza, de 44 anos, conhecido popularmente como Nego Bau. O homem em situação de rua sofreu uma parada cardíaca e morreu no dia 15 de janeiro, no Pronto-Socorro de Rio Branco, onde estava internado estado de saúde gravíssimo.
O acusado não teve o nome divulgado pela polícia, mas trata-se de um borracheiro J. C. da S., de 39 anos. Ele possuía mandado de prisão e estava foragido até a segunda-feira, 11, quando policiais civis, após várias diligências sobre o caso, conseguiram localizá-lo em uma oficina mecânica e deram voz de prisão, conduzindo o acusado até a Delegacia de Flagrantes para os procedimentos de praxe.
Na época dos fatos, em dezembro de 2021, um vídeo que circulou nas redes sociais mostrava Nego Bau pedindo desculpas, logo após ter o seu dedo decepado com um terçado pelo investigado. O golpe certeiro removeu o seu dedo polegar completamente.
Ao tomar conhecimento dos fatos, a Polícia Civil passou a investigar o ocorrido. Os agentes investigadores em pouco tempo conseguiram identificar o autor das agressões, o qual teve prisão preventiva expedida em seu desfavor.
Figura conhecida de boa parte dos acreanos, a morte de Nego Bau foi amplamenta lamentada pela população e também autoridades nas redes sociais. Ele era usuário de drogas e vivia em situação de rua, mas quem o conheceu antes do vício sempre reforça o sonho que ele tinha de se tornar jogador de futebol, que foi de onde surgiu o apelido: o Bau vem de ball, bola em inglês.
“A polícia Civil estava empenhada em resolver o caso do Nego Báu o mais rápido possível para dar uma resposta satisfatória à sociedade. A tortura é um crime gravíssimo e quem pratica essa conduta não pode ficar impune. Graças ao trabalho investigativo dos agentes da Polícia Civil foi possível localizar J.C.S., o qual ficará preso preventivamente e à disposição do Poder Judiciário.” esclareceu delegado Lucas Pereira, que presidiu o caso.
Embora o acusado já esteja preso, a investigação deve continuar para averiguar se a tortura cometida por ele teve relação com a posterior morte de Nego. Pelo crime considerado hediondo de tortura qualificada e majorada, ele pode ser penalizado a mais de 10 anos de reclusão.