Até 2025, o estado do Acre precisará qualificar 11,8 mil pessoas em ocupações industriais, sendo quase 9 mil em formação inicial – para repor inativos e preencher novas vagas – e 2,8 mil em formação continuada, para trabalhadores que devem se atualizar.
Em todo o país, a demanda é de 9,6 milhões de trabalhadores qualificados. Os dados e a avaliação são do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, estudo realizado pelo Observatório Nacional da Indústria para identificar demandas futuras por mão de obra e orientar a formação profissional de base industrial no país.
Conforme o levantamento, da necessidade de formação nos próximos quatro anos, 75,8% serão em aperfeiçoamento. As ocupações industriais são aquelas que requerem conhecimentos tipicamente relacionados à produção industrial, mas estão presentes também em outros setores da economia.
O mercado de trabalho passa por uma transformação, ocasionada principalmente pelo uso de novas tecnologias e mudanças na cadeia produtiva, e, cada vez mais, o Brasil precisará investir em aperfeiçoamento e requalificação para que os profissionais estejam atualizados.
A demanda por formação no estado por nível de qualificação será de:
Nível de qualificação | Demanda |
Qualificação (menos de 200 horas) | 6.703 |
Qualificação (mais de 200 horas) | 2.278 |
Técnico | 1.900 |
Superior | 985 |
Total | 11.866 |
Em volume, ainda prevalecem as ocupações de nível de qualificação, que respondem por 75% do emprego industrial no Brasil hoje. Contudo, chama atenção o crescimento das ocupações de nível técnico e superior, que deve seguir como uma tendência. Isso ocorre por conta das mudanças organizacionais e tecnológicas, que fazem com que as empresas busquem profissionais de maior nível de formação, que saibam executar tarefas e resolver problemas mais complexos.
As áreas com maior demanda por formação são: Construção, Transversais, Logística e Transporte, Alimentos e Bebidas, e Metalmecânica. As ocupações transversais são aquelas que permitem ao profissional atuar em diferentes áreas, como técnico em Segurança do Trabalho, técnico de Apoio em Pesquisa e Desenvolvimento e profissionais da Metrologia, por exemplo.
Aprendizagem ao longo da vida para driblar desemprego e aumentar produtividade
O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, reconhece que a
recuperação do mercado formal de trabalho será lenta em razão da retomada gradual das atividades
econômicas no pós-pandemia. Para melhorar o nível e a qualidade do emprego e contribuir para o
progresso tecnológico e aumento da produtividade nas empresas, será indispensável priorizar o
aperfeiçoamento de quem está empregado e de quem busca novas oportunidades.
“Estamos diante de um cenário de baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), reformas
estruturais paradas, como a tributária, eleições e altos índices de desemprego e informalidade. Nesse
contexto, o Mapa surge para que possamos entender as transformações do mercado de trabalho e
incentivar as pessoas a buscarem qualificação onde haverá emprego. E essa qualificação será recorrente
ao longo da trajetória profissional. Quem parar de estudar, vai ficar para trás”, avalia.