Alan Araújo de Lima disse, em seu depoimento, na manhã desta quarta-feira, 18, na 2ª Vara do Tribunal do Júri, que sofreu ameaças e extorsão na cadeia, no período em que estava no presídio Francisco d’Oliveira Conde.
Em seu depoimento, ele conta que nunca bebeu e que não deseja a ninguém o que está passando.
“Nunca fui preso. Não faço uso de bebida alcoólica. Morava com meu pai, sua mulher e um irmão. Eu não tenho nada haver com isso. Fui a festa junto com o Eduardo, um amigo. Fiquei cuidando dele, pois era mais novo. Minha irmã, Dayane, conhece o Ícaro, eu não”, disse Lima.
Alan respondeu os questionamentos do juiz Alesson Braz, sempre ressaltando que não teve nenhum envolvimento com o crime.
“Fui embora da festa umas seis horas da manhã. No trajeto, estava indo deixar o Eduardo e, na proximidade da rotatória do Detran, perto da Igreja Assembleia de Deus, aconteceu o acidente. Parei do lado do corpo dela, falei com um rapaz que estava perto da vítima. Tinha uma base para onde Ícaro tinha ido, mas voltei para saber como Jhonliane estava”, afirmou o segundo réu.
Ele contou ainda que parou o veículo que estava dirigindo em um posto, depois do ocorrido. “Parei o carro, que era do meu irmão, não desci, pois tinha muita gente no local. Vieram perguntar o que tinha acontecido. Disse que tinha escutado o barulho da batida, que era um carro azul. Me senti mal, não me senti seguro no local, e fui embora”.
Alan salientou que estava em plena consciência, no dia dos fatos. “Nunca pratiquei nada que fosse maléfico para alguém. Nunca imaginei está aqui, sendo acusado por algo que não fiz. A questão de respeito e criação que tenho com meu pai, ele sempre deixou bem claro para ser do bem e não fazer nada de errado. Esse é um dos motivos de não beber, também nunca tive vontade, pois presenciei coisas que a bebida faz. Não estou dizendo que sou santo, mas sei quem sou. Volto a repetir: não participei de nenhum racha, nunca fui amigo de Ícaro, nem em redes sociais, não o conheço. Creio que nessa busca por justiça, fizeram uma injustiça comigo”.
O jovem, que tem 22 anos, concluiu sua fala dizendo que não deseja a ninguém o que está passando.
“Recebi ameaças e extorsão na cadeia. Fiquei no pavilhão do Comando Vermelho. Dividia uma cela com oito pessoas. Dormia em uma pedra, no chão praticamente. Eles queriam mais e mais dinheiro. Meu pai mandava dinheiro sempre com os advogados. Meu pai pensava que estava comprando algo para comer e estava pagando para que eu ficasse vivo naquele local. Perdi mais de 15 quilos, em 40 dias”, relatou.