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Após 22 anos sem registros, Acre investiga primeiro possível caso de sarampo

Depois de 22 anos sem registrar casos de sarampo, o Acre investiga um possível caso da doença, identificado em uma menina de 4 anos, natural de Inãpari (Peru), mas que estuda no município de Assis Brasil, localizado na tríplice fronteira entre o Brasil, o Peru e a Bolívia. 

A informação foi dada nesta quinta-feira, 5, pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), que informou, no entanto, que mesmo com a análise inicial positiva do Laboratório Central do Acre (Lacen), a amostra ainda será enviada para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro/RJ, para um diagnóstico mais preciso.

Diante do possível caso, a Sesacre informou, ainda, que enviou uma equipe para Assis Brasil, com o objetivo de acompanhar de perto o paciente e traçar estratégias, junto à gestão municipal.

“Estamos indo para Assis Brasil realizar uma ação lá, nesta sexta-feira, com o objetivo de intensificar a cobertura vacinal. Identificamos um possível caso de sarampo importado, por isso, a Sesacre agiu rápido para realizar o bloqueio da doença. Esperamos que a população não espere mais esta doença assolar nossas vidas para procurar a vacinação”, ponderou Renata Quiles, coordenadora estadual do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação do sarampo pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e o último caso registrado no Acre havia sido no ano de 2000 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Campanha nacional

Desde a segunda-feira, 2, o Ministério da Saúde realiza a II etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza e Sarampo. Até o dia 3 de junho, além de idosos e trabalhadores da área de saúde, a imunização será estendida a crianças com idade entre 6 meses e menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias).

Gestantes e puérperas, povos indígenas, professores e pessoas com comorbidades também devem se vacinar. A expectativa é de que 90% do público-alvo da campanha que tem 76,5 milhões de brasileiros seja imunizado nas cerca de 38 mil unidades básicas de saúde (UBS) do país.

No Acre, Renata Quiles avalia como “excelente” a procura pela vacinação. Para se ter ideia, duração ação de vacinação realizada de 27 de abril a 4 de maio, foram aplicadas quase 6 mil doses de vacinas das quais 1.747 foram a tríplice viral, que protege contra sarampo, rubélola e caxumba.

Rio Branco tem baixa adesão

Diferente dos dados estaduais, no entanto, em Rio Branco, a população parece não estar atenta à campanha. Prova disso, é que, no último dia 30 de abril, foi realizado o Dia D de mobilização contra a gripe e o sarampo, assim como em todo o país. No entanto, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), enquanto apenas 1,5 mil pessoas se vacinaram contra a gripe e também contra a covid-19, ninguém quis se imunizar contra o sarampo.

“Estávamos com uma expectativa de alcançar um público maior. Fiquei muito frustada, porque foram abertos 16 pontos pontos de vacinação, um investimento muito grande da prefeitura de Rio Branco. Não foi somente uma equipe, foram várias pessoas mobilizadas. O que cabe, enquanto gestão, é continuar persistindo. A vacinação contra o sarampo também é importante. Porém, não vacinamos nenhuma pessoa, o que é preocupante”, enfatizou Sheila Andrade, secretária municipal de Saúde.

A gestora alertou que estão surgindo novos casos de sarampo no Brasil, e ressaltou que ações estratégicas devem ser tomadas para imunizar à população.

“A doença está voltando. Aliás, já tivemos alguns casos nos últimos anos. Agora, faremos novas estratégias para atrair a comunidade para que possamos imunizar o maior número de pessoas. Faremos também ações itinerantes, envolvendo outros órgãos públicos. Precisamos avançar com as vacinas, para não termos os surtos novamente”, frisou a gestora.

Sobre o sarampo

Conforme o Ministério da Saúde, o sarampo é uma doença grave que pode deixar sequelas por toda a vida ou causar o óbito. A vacina é a única maneira de evitar que isso aconteça, sendo que há complicações diferentes para cada fase da vida, além disso, não existe tratamento específico para o sarampo. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. 

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