Com apenas 11 meses, o pequeno Gael Henrique Torres Laureano já enfrenta a maior batalha de sua vida. Internado, desde o dia 6 de abril deste ano, na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital da Criança, em Rio Branco, ele necessita de atendimento especializado, que não há em Rio Branco, segundo a família.
À GAZETA, a avó de Gael, a diarista Silvana Torres, de 37 anos, conta que o menino deu entrada na UTI com uma bronquiolite e pneumonia bacteriana e ficou com o pulmão direito comprometido. Além disso, Gael teve três paradas cardíacas, e está intubado, desde então.
“Ele tem a melhora e tem a piora. A piora vem de uma pneumotórax. Aqui, as pediatras não sabem dizer porque ele está tendo esses espasmos, que é quando sai ar e ele incha bastante, e o quadro se agrava, aí veio a sugestão das pediatras do Hospital da Criança de a gente buscar um médico pneumologista pediátrico e aqui não há. Há [profissionais da área que atendem] adultos, mas eles não fazem procedimentos em crianças e o Gael precisa, com urgência, ir para Brasília, que tem um pneumologista pediátrico, mas lá não tem UTI pediátrica disponível e, pra que ele possa ir, ele precisa dessa UTI no Hospital da criança, em Brasilia”, relata a avó.
Com o caso de Gael inspirando cuidados intensivos, a família faz um apelo para que, diante da urgência do caso, o menino seja transferido via Tratamento Fora de Domicílio (TFD) para a capital federal, no entanto, foi informada que não há UTI disponível no hospital, o que piora ainda mais a situação.
“O caso dele inspira muitos cuidados e há um receio de ele viajar, mas ele já está estável. O problema é a demora do TFD e a questão da UTI, que não consegue, porque é todo tempo lotado. A situação dele está ficando crítica, porque, cada dia, ele tá tendo uma pneumotórax”, diz.
Silvana Torres lamenta, ainda, o sentimento de impotência diante do grave quadro de saúde do neto. Ela faz um apelo às autoridades para que ajudem a salvar a vida de Gael.
“Eu estou vendo meu neto definhando na UTI. Todos sabem que ele é um bebê e necessita, com urgência, até porque o processo de intubação deixa muitas sequelas. Ele já está há quase dois meses intubado. Tentaram fazer a traqueostomia nele, mas ele só aguentou 24h, tiveram que tirar a traqueo dele. Eu me sinto impotente, desesperada, e ele segue lutando. Ele é muito forte. Eu queria fazer tudo por ele, mas eu não posso fazer nada, além de chorar e orar”, finaliza.
Procurada, a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informou, por meio de sua assessoria, que está acompanhando o caso de Gael e busca uma vaga para ele em diversos hospitais espalhados pelo Brasil.
Até o momento, conforme a Sesacre, já foi solicitado apoio reiterado de, pelo menos, sete unidades, sendo cinco no Amazonas e um em São Paulo, no entanto, os hospitais alegam que não há vagas ou especialistas. A sétima unidade a qual a Sesacre tenta a transferência para o menino é o Hospital da Criança, em Brasília.