Após o interrogatório dos réus Ícaro Silva e Alan Lima, no segundo dia de julgamento do caso Jonhliane, realizado nesta quarta-feira, 18, na 2ª Vara do Tribunal do Júri, o promotor de Justiça do Ministério Público do Acre (MPAC), Efrain Enrique Mendoza, disse em suas considerações finais, que, enquanto Johnliane Paiva estava indo trabalhar, os réus saíam de uma festa no início da manhã do dia 6 de agosto de 2020.
“De um lado temos dois jovens, de famílias de classe média, voltado de um festa, da curtição de um dia anterior, que perdurou até o dia seguinte. Do outro lado, uma jovem, de apenas 30 anos, que estava indo trabalhar em sua moto, ainda com parcelas para pagar, para ajudar a sustentar sua casa, ajudando sua mãe. Não dar para aceitar isso”, ressaltou o magistrado.
O promotor declarou que, antes de julgar os fatos, os acusados devem ser conhecidos.
“Ícaro se envolveu em uma briga em Ilhéus na Bahia. Existe nos autos uma sentença criminal em primeiro grau, onde ele, seu irmão e outros amigos, deixaram uma pessoa em estado gravíssimo, depois de uma briga. Ele, aliás, ainda está respondendo pelo acontecido, o processo ainda está em trâmite. A partir do momento em que se envolveu em algo desse tipo porque não se ‘aquieta’. Não, ele fez ao contrário: bebeu e continuou indo para festas. Isso demostra a predisposição da pessoa em cometer delitos, ao invés de aplumar a vida”.
Sobre Alan Lima, Efrain Mendoza reconheceu que o jovem não tem vícios, porém fortaleceu o envolvimento dele em um racha com Ícaro. “Ele é um menino que não tem vícios, não ingere bebida alcoólica, na fuma, não usa drogas, e nem tem antecedentes. Não tenho nada contra ele, mas pelo MP, Alan participou do racha com Ícaro. Esse tipo de corrida pode ocasionar a morte de alguém, e foi o que de fato aconteceu. A família dele deu muito, quando era para por mais ‘freio’. Ele assumiu o risco, e deve ser culpado por dolo eventual”, concluiu.