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‘Intolerância religiosa não cabe em lugar nenhum’, diz Lene Petecão sobre caso envolvendo Mãe de Santo

A vereadora Lene Petecão (PSD/Rio Branco) usou a tribuna da Câmara de Vereadores de Rio Branco, nesta quarta-feira, 25, para repudiar os atos de intolerância religiosa sofridos pela dirigente da Tenda de Umbanda Luz da Vida, a Mãe de Santo Marajoana de Xangô.

“Ninguém respeita as mulheres que estão no comando. A Mãe de Santo Marajoana foi, recentemente, vítima de intolerância religiosa. E intolerância religiosa não cabe em lugar nenhum. Eu coloco o meu mandato à disposição dessa discussão”, afirmou a parlamentar.

Ministério Público do Acre recebeu a denúncia na terça-feira, 24 (Foto: Assessoria)

O caso em que a vereadora se referiu no Parlamento Mirim está sendo investigado pelo Ministério Público do Acre (MPE/AC), que busca responsabilizar os autores da prática criminosa, levando em consideração a Lei n° 9.459, de 13 de maio de 1997 –”Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

A vereadora se solidarizou a com a liderança religiosa. “Cada um tem a sua forma de pensar, e eu não quero de forma alguma ser uma mulher que, vendo uma mulher pelo simples fato dela comandar uma tenda de umbanda ser desrespeitada, e não fazer nada contra essa violência. Assim como nós sofremos as desigualdades na política, as mulheres têm sofrido nos seus espaços de liderança. Meu mandato é compromissado com a luta das mulheres, sejam elas religiosas, trabalhadoras rurais, políticas e qualquer outra esfera da sociedade”, afirmou.

Empoderamento feminino

Na ocasião, a vereadora Lene Petecão também chamou atenção para a ausência de políticas públicas destinadas às trabalhadoras rurais.

“Assim como as mulheres urbanas sofrem assédio e violência, as mulheres do campo, as trabalhadoras rurais sofrem muito mais. E elas continuam invisíveis às políticas públicas. São mulheres que pegam na inchada, trabalham duro para sustentar suas famílias e não são valorizadas. E eu, como mulher, como política, faço esse resgate, pois essa desigualdade entre os gêneros também é na política”, endossou.

Mesmo sendo maioria do eleitorado brasileiro (52,87%), as mulheres são minoria no Congresso Nacional e nos Parlamentos Estaduais e Municipais. Na Câmara dos Deputados, das 513 cadeiras, apenas 77 (15%) são ocupadas por deputadas. No Senado, somente 12 mulheres foram eleitas para as 81 vagas (14%). Segundo o Mapa das Mulheres na Política 2020, feito pela ONU e a UIP, o Brasil ocupa o 140º lugar no ranking de representação feminina no Parlamento.

Por a vereadora fez um apelo às mulheres. “Mulheres, me escutem com atenção. Precisamos ocupar os espaços de poder, para que possamos avançar nas políticas públicas para as mulheres”.

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Agnes Cavalcante: