Depois de quase dois anos de angústia, além dos últimos três dias de emoção intensa, a mãe de Jonhliane Paiva, Raimunda de Paiva, declarou, no fim do julgamento de Ícaro Pinto e Alan Lima, que a condenação dos réus trás sim um pouco de alívio.
“Perder um filho é perder um pouco de você. Você não é mais 100%. Só quem tem filho é que sabe”, disse ela, emocionada. Questionada por um repórter se ela realmente acredita no arrependimento de Ícaro, dona Raimunda disse que só cabe a Deus dizer e que, na verdade, o réu, agora condenado, nunca lhe pediu perdão.
“Pra falar a verdade, esse perdão dele eu vim ver agora, depois que teve a audiência. Ele nunca me pediu perdão. Só o tempo vai dizer. Só Deus sabe [se ele está arrependido], porque tem chances sim da pessoa mudar. Só Deus sabe se eles se arrependeram”, disse ela.
A sentença foi lida por volta das 18h, pelo juiz Alesson Braz e, conforme a decisão, Ícaro foi condenado a 10 anos e 10 meses de reclusão por homicídio doloso, mais um ano e três meses de detenção pelos crimes de embriaguez ao volante e omissão de socorro.
Já Alan foi condenado a nove anos e seis meses de prisão, no entanto, a pena foi atenuada, pois o juiz entendeu que ele tentou prestar socorro à vítima. Desta forma, a pena foi fixada em 7 anos e 11 meses de reclusão no regime semiaberto, podendo recorrer em liberdade.
Além das penas, o juiz Alesson Braz também determinou o pagamento de uma indenização no valor de R$ 150 mil, sendo que R$ 100 mil deverão ser pagos por Ícaro e R$ 50 mil por Alan à mãe de Jonhliane. O magistrado também considerou que os réus deverão pagar, mensalmente, uma pensão à mãe, equivalente a dois terços do salário que Jonhliane recebia à época dos fatos, sendo que Ícaro deverá pagar R$ 977,77, e Alan, o valor mensal de R$ 488.