A Polícia Rodoviária Federal (PRF) aprendeu nesta semana 478 quilos de cocaína escondidos em um caminhão carregado de bolachas Miragina, uma das marcas mais tradicionais do Acre. A apreensão ocorreu na Unidade Operacional de Poconé, na BR 070.
Segundo a PRF, os agentes deram ordem de parada a uma carreta que seguia sentido Cuiabá. Durante a fiscalização, foi solicitado que o condutor manobrasse o veículo de forma a colocá-lo em uma posição que não atrapalhasse os demais usuários da rodovia e também ficasse de forma segura, mas ele apresentou grande dificuldade em realizar tais manobras para estacionar o veículo, o que chamou a atenção dos policiais, pois se travtava de manobras simples facilmente executadas por motoristas profissionais.
Ainda conforme a PRF, ao ser questionado sobre a viagem, o motorista declarou que levaria o caminhão a pedido de uma pessoa a qual ele não conhecia pessoalmente, no Estado do Rio Grande do Norte e entregue para um terceiro que compraria o semirreboque, o qual também não sabia do valor. Afirmou ainda, que não tinha certeza se voltaria para casa, não sabia informar praticamente nada sobre a viagem.
Indagado sobre a carga, informou ser uma carga de biscoito água e sal em caixas, alegando ter acompanhado o carregamento de tudo e que tinha até um vídeo de dentro da fábrica. Entretanto, ele não sabia informar o peso da carga e a nota fiscal apresentada possuía indícios de adulteração, fatos que geraram suspeita.
Diante das informações, foi realizada uma verificação minuciosa no veículo e na carga. Ao retirarem algumas caixas do caminhão, os policiais notaram que havia diferença de peso entre algumas, umas mais pesadas que outras. Em vista disso, abriram as caixas e no interior delas foram encontrados mais de 400 tabletes de drogas, estavam escondidos embaixo dos pacotes de biscoito.
Perguntado sobre o ilícito, o condutor do veículo disse que havia carregado a mercadoria em uma fábrica no Rio Branco/AC com destino a Parnamirim/RN e que seu patrão solicitou que deixasse as carretas em um depósito de sua propriedade durante o final de semana. Relatou ainda que não conhece o contratante pessoalmente, apenas por conversa via aplicativo de mensagem.
Ao total foram apreendidos 468 kg de cocaína, o condutor foi detido, a princípio, pelo crime de tráfico de drogas e encaminhado à Delegacia da Polícia Federal de Cuiabá.
‘A gente foi vítima’
A reportagem procurou a Miragina para comentar o caso. Um dos proprietários da empresa, José Luiz, enfatizou que a fábrica foi vítima, e que todo o processo de venda é monitorado.
“O que aconteceu foi que uma pessoa veio à empresa, comprou uma carga de produtos, botou no caminhão dela e viajou. Nós fizemos nota fiscal, houve o pagamento, todos os trâmites legais que tinham que ser feitos, foi pagamento antecipado via PIX, pagou e levou no caminhão dele. Daí, a gente não é responsável depois que sai da empresa o que é feito, então, infelizmente, aconteceu de escolherem a gente pra fazer essa ação e isso nos prejudica bastante, porque a imagem de uma empresa conceituada como a nossa já há 55 anos vem ser sujada com uma ação de drogas, coisa que a gente nunca se envolveu. O carregamento foi filmado, nós temos tudo, tudo é monitorado aqui (…) a Miragina tem uma tradição aqui, a gente tem responsabilidade com o nosso nome, não ia se envolver com nada disso. A gente foi vítima!”, enfatizou.