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Deslumbre

 

Avalanche de pedras; tempestade no deserto

Tentei e tentei, mas não consegui sair de perto

Só agora, enfim, estou um pouco mais desperto

Fui atacado por intensa e avassaladora paixão.

Procurei, procurei e já quase não encontrava

Porta fechada com firme e pesada aldrava

Aquilo que não limpa o corpo a alma lava

Tudo fica bom, quando o amor está no meio.

Não foi preciso derramar o mais leve pranto

Nunca pensei que ainda fosse capaz de tanto

Talvez estivesse longe de viver todo esse encanto

Quanto mais o enfeitiçar-me assim por inteiro.

Apaixonei pelas fotos de uma moça sensível

Encontro de espíritos com resultado incrível

Carinho afeto maduro sedução imperecível

Já nem sei exatamente como me comportar.

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Paixonites

CLÁUDIO MOTTA-PORFIRO

Fui então a minha melhor companhia

Libido solene de homem, alma arredia

Tenho-a visto onde eu jamais pensaria

Ótimo tônico e torna a pele mais macia

De quando em vez, é bom se aventurar.

Sinfonia de paisagens, leve vento a soprar

Vida feliz, ar de folguedo, copos a tilintar

Figura adorável, sensual e linda de amar

Espetáculo não raro faz a alma cintilar

Como é bom ser feliz ao lado de alguém.

Vem-me à memória agora mesmo Vinícius

Deixando na soleira da vida breves indícios

De alguns parcos ou muitos vários vícios

Todos os fins tiveram os seus breves inícios

De vez em quando, é melhor se apaixonar.

Categories: Cláudio Porfiro
Cláudio Porfiro: Cláudio Motta-Porfiro é romancista, cronista, poeta e palestrante. Membro da Academia Acreana de Letras. Email: claudioxapuri@hotmail.com