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Acre registra mais de 330 casos de covid na última semana e especialistas alertam para chegada da ‘quarta onda’

Acre registra mais de 330 casos de covid na última semana e especialistas alertam para chegada da 'quarta onda'

Há dois meses sem registrar mortes decorrentes da covid-19 no Acre, os casos da doença voltaram a subir, nas últimas semanas, o que indica a chegada da 4ª onda de covid-19 no Estado, segundo especialistas. Para se ter ideia, somente nos últimos sete dias, o Acre registrou 331 novos casos de covid-19, conforme boletins divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).

Diante do aumento, A GAZETA procurou o médico infectologista Eduardo Farias, que ponderou que a nova onda de covid-19 é vivenciada na maior parte dos países, principalmente da Europa.

O aumento de casos é consequência do surgimento de novas variantes mais infecciosas, além da flexibilização das medidas sanitárias, como, por exemplo, a desobrigação do uso de máscaras. No Acre, o uso deixou de ser obrigatório em locais fechados desde o dia 21 de março, conforme decreto publicado no Diário Oficial do Estado (DOE). Anteriormente, no dia 16 do mesmo mês, o uso já havia se tornado facultativo em locais abertos.

“Nós estamos sim com uma nova onda, que já vinha sendo observada em outros países, principalmente na Europa, e também na China. No Brasil, a gente começou a ter esse aumento no Sul, Sudeste e, agora, começou aqui. Agora são as variantes B.As, são variantes que tem alta infectividade. Em relação ao perfil de mortalidade e de morbidade, ou seja, de adoecimento, ele é diferente e não é porque a variante seja menos letal ou menos causadora de doença, é porque você tem a proteção da vacina, tanto é que o perfil das pessoas que estão internando é de um paciente com mais idade, com comorbidades, que já tem dificuldades no sistema imunológico e na condição de saúde”, destaca Farias.

O infectologista reitera, no entanto, que, apesar do aumento de casos, observados nos últimos dias, a eficácia das vacinas é demonstrada, uma vez que, mesmo com o vírus circulando, é baixo o número de casos registrados na forma grave da doença.

“Uma boa parte desses pacientes [internados] não tem o esquema vacinal completo ou alguns nem tomaram vacina. Isso mostra que aquela população que tem vacinação completa, inclusive com as doses de reforço, tanto a primeira dose de reforço, chamada 3ª dose, ou a segunda dose de reforço, que é a 4ª dose, a gente tem esse paciente adoecendo, mas ele não faz uma clínica grave. Ou seja, vai tendo a circulação do vírus, mas não traz uma doença com gravidade, com necessidade de internar em UTI, colapsar o sistema de saúde ou mesmo exaurir o sistema de saúde, como vimos nas outras vezes. Isso está acontecendo no mundo todo, esse perfil menos letal”, esclarece Eduardo Farias.

Acre registra mais de 330 casos de covid na última semana e especialistas alertam para chegada da 'quarta onda'
Para Eduardo Farias, é importante que o cidadão entenda e exerça seu papel pois a pandemia não acabou (Foto: Dell Pinheiro)

Farias finaliza dizendo que, nesta fase da pandemia, é importante que o cidadão exerça seu papel, considerando que, a esta altura, todos os cidadãos já estão informados o bastante sobre como agir diante da propagação do vírus e das medidas de higiene, por exemplo.

“É importante que a população entenda que a pandemia não acabou, o que acontece é que ela está encontrando uma barreira, que é uma população imunizada. Com isso, você passa a falsa impressão de que está tudo tranquilo, mas não está. Agora, a fase da pandemia é outra, tem um papel muito mais no indivíduo do que dos governos, porque os governos já fazem a orientação, a própria imprensa também está divulgando as medidas, como a importância da higienização das mãos, do esquema vacinal (…), então não é mais falta de informação, falta de álcool gel, agora a dificuldade é do cidadão. Você vai entrar em um ambiente de muita gente, em um supermercado que tá cheio, em uma mercearia, uma boate… o recomendado é usar sua máscara. Se você está em casa, em um ambiente de rua ou um parque, tudo bem, mas você vai avaliando. Portanto, agora é a decisão individual do cidadão.”

“Mesma coisa com as vacinas: se já está na hora de tomar seu reforço, não tá mais faltando vacina, depende do cidadão. Portanto, cada vez mais o controle da pandemia está na atitude de cada um de nós, para que a gente consiga cortar a cadeia de transmissão, evitar mais mortes e evitar que essa doença se propague”, completa.

 

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