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Bolívia descarta casos suspeitos da varíola dos macacos

Diagnóstico laboratorial de casos suspeitos do novo coronavírus (2019-nCoV), realizado pelo Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que atua como Centro de Referência Nacional em Vírus Respiratórios para o Ministério da Saúde

“Os dois casos suspeitos estão descartados”, garantiu o ministro em coletiva de imprensa no aeropuerto Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra (Foto: Ministério da Saúde/BOL)

O ministro da Saúde boliviano Jeyson Auza anunciou, nesta sexta-feira, 10, que os resultados da análise laboratorial nos dois primeiros pacientes com suspeita da varíola dos macacos deram negativo para a doença.

Como o país não possuía, até então, os reagentes necessários para fazer o diagnóstico, as amostras foram submetidas à uma análise inicial para outras doenças tropicais, como chikungunya e saarampo, e, após os resultados negativos para estas doenças, foram enviadas para a Argentina, no entanto, “os dois casos suspeitos estão descartados”, garantiu o ministro em coletiva de imprensa no aeropuerto Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra.

O primeiro caso suspeito da varíola dos macacos na Bolívia, que faz fronteira com o Brasil por meio do Acre, foi detectado no dia 26 de maio em Santa Cruz. Desde então, o paciente permaneceu em tratamento e isolado, assim como as pessoas que tiveram contato com ele estiveram em observação.

Dois dias depois, também em Santa Cruz, um segundo caso foi detectado com os mesmos sintomas, no entanto, ainda conforme o ministro, trata-se apenas de uma doença viral. As informações são do portal El Deber.

Casos suspeitos também em Rondônia

Outro vizinho do Acre, o Estado de Rondônia também investiga dois casos suspeitos da doença. A suspeita foi confirmada no último dia 6 pela Agência de Vigilância em Saúde (Agevisa) do Estado.

Conforme a Agevisa, os pacientes com suspeita da doença “seguem isolados e clinicamente bem”, sendo monitorados pelas equipes de vigilância em Saúde. Um alerta para detecção, notificação e investigação de quaisquer novas suspeitas foi emitido para as unidades de saúde.

A investigação dos casos está em andamento e amostras já foram coletadas e enviadas ao Laboratório Central de Rondônia (Lacen) e Laboratório de Referência Nacional, em Minas Gerais.

Acre instala sala de monitoramento

Diante da iminente chegada da varíola dos macacos ao Acre, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), instalou uma sala de monitoramento para acompanhar as suspeitas dos casos de varíola dos macacos.

“Efetivamente fazemos reuniões com vários setores de áreas afins, atualização de dados e levantamos informações sobre o andamento dos casos suspeitos em Rondônia e na Bolívia. Também estamos trabalhando em um plano de ação para tentar conter o avanço de um possível contágio, manejo frente a um caso suspeito, e fortalecendo as vigilâncias das unidades estaduais e as vigilâncias municipais para se prepararem para uma possível detecção”, explicou Gabriel Mesquita, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde da Sesacre.

O monitoramento é realizado por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde da Regional de Saúde do Juruá, Tarauacá e Envira (Cievs), em parceria com as equipes da Bolívia e Rondônia.

“Se por acaso a gente identificar casos da doença no Acre, vamos encaminhar o suspeito para uma unidade de referência, que ainda está sendo definida, em um leito de isolamento para tratamento, de forma a impedir o contágio de outras pessoas”, observou Mesquita.

Nesta quarta-feira, 8, o Brasil confirmou o primeiro caso da doença, em São Paulo. O paciente, um homem de 41 anos que viajou à Espanha, segundo país com o maior número de casos da doença, foi colocado em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na Zona Oeste da capital. Outros oito casos suspeitos estão sendo investigados no Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo, Rondônia e Santa Catarina, de acordo com o Ministério da Saúde.

Sintomas da doença:

  • febre
  • dor de cabeça
  • dores musculares
  • dor nas costas
  • gânglios (linfonodos) inchados
  • calafrios
  • exaustão
  • Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.

As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.

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Agnes Cavalcante: