O governo do Acre irá instaurar uma sindicância para apurar as mortes de 10 crianças, vítimas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). A informação foi confirmada nesta sexta-feira, 17, pela secretária de Saúde do Estado, Paula Mariano, durante coletiva de imprensa realizada paralelamente à reunião realizada pelo governador Gladson Cameli com os pais das crianças no palácio Rio Branco.
Segundo a Sesacre, a previsão é de que a apuração seja concluída em até 15 dias. “Essa é uma determinação do governador Gladson Cameli e vamos tratar essa sindicância com muito rigor. Se realmente for comprovada alguma irregularidade, o Estado pedirá a punição de quem foi omisso. Este é um momento de dor, respeitamos muito a memória de cada criança e nos solidarizamos com os familiares, que merecem respostas sobre o que realmente aconteceu”, enfatizou a titular da Sesacre, Paula Mariano.
Segundo Deiviane Medeiros, diretora técnica do Pronto-Socorro de Rio Branco, todas as crianças foram devidamente atendidas e medicadas enquanto estiveram sob os cuidados dos profissionais da unidade.
“Todas as crianças foram atendidas por médicos intensivistas pediatras no Pronto-Socorro. Em nenhum momento faltaram UTIs. Nossos documentos estão à disposição do Ministério Público para que faça análise e siga com os devidos procedimentos”, argumentou.
Falta de medicamentos
Paula Mariano e Muana Araújo, Secretaria Adjunta Executiva da Sesacre, também falaram sobre a falta de medicamentos nas unidades hospitalares. Segundo as gestoras, a indústria farmacêutica brasileira enfrenta uma crise de produção por falta de matéria-prima.
“É uma questão de Brasil. Nós estamos com problema no abastecimento pela [falta de] matéria-prima utilizada para fazer a dipirona, então, nós buscamos outra saída, assim como outros Estados e estamos utilizando o paracetamol injetável que há pouco tempo vocês verificaram que nós recebemos, inclusive, uma doação do novo formato que está chegando no país para utilização que é o paracetamol injetável. Então, realmente não tem dipirona porque não tem no país e nós temos contrato para fazer aquisição, no entanto, o laboratório não está produzindo”, destacou Muana. “Mesmo assim, nossas equipes vêm trabalhando para que a nossa rede não fique desabastecida”, completou Mariano.