Desde maio, nove crianças, com idade entre dois meses e quatro anos, morreram no Acre vítimas da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR). A informação foi confirmada nesta quarta-feira, 8, pela Secretária de Estado de Saúde do Acre, Paula Mariano, em coletiva de imprensa, no entanto, “não houve falta de atendimento”, afirmou a titular da pasta.
A coletiva de imprensa veio um dia após os casos virem à tona. Na terça-feira, 7, A GAZETA publicou reportagem expondo a preocupação no Estado após o aumento súbito de casos da doença e, ainda, sobre a superlotação dos leitos de Terapia Intensiva infantil no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), além da longa fila de espera por vagas.
“A gente se solidariza com as famílias, mas a gente sabe que essas crianças não foram a óbito sem assistência, o Pronto-Socorro prestou assistência sim, que é a nossa obrigação (…). Posso falar em relação aos profissionais que atendem na pediatria do Pronto-Socorro. São pessoas que se dedicam, estão ali 24h, não apenas médicos, mas uma equipe multidisciplinar, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisio, bioquímico, e toda uma equipe à disposição para atender a nossa população”, disse Paula Mariano.
A secretária de Saúde destacou, também, que trata-se de um problema enfrentado não apenas pelo Acre, mas a nível nacional.
“É um cenário nacional que a gente vem enfrentando, ainda estamos passando por uma pandemia, mas é importante colocar que a gente vem fazendo sequenciamento das crianças que entram e que é possível fazer, pois dependendo do tempo que evolui, a gente não consegue fazer esse exame pelo tempo que a criança entra, mas a gente conseguiu detectar o que é e não é covid-19. A gente sabe que tem a época dos vírus respiratórios, a gente consegue fazer esse sequenciamento, sim, no nosso Estado. Antes, não tinha, hoje a gente consegue sequenciar a quantidade que for necessária, então, a rede vem sendo fortalecida”, destacou.
Ampliação de Leitos
Ainda de acordo com a Sesacre, no Hospital de Saúde da Criança (HSC), além dos 48 leitos de enfermaria existentes e nove leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), foram criados mais 10 leitos na ala semi-intensiva.
Já no Pronto-Socorro da capital, além dos dois leitos de emergência pediátrica e oito leitos de observação, foram ampliados oito leitos na ala de clínica cirúrgica e quatro leitos na ala semi-intensiva, com possibilidade de aumentar, caso haja necessidade.
Sintomas
Os sintomas mais comuns, conforme o MS, são febre baixa, dor de garganta, dor de cabeça e secreção nasal. Mas, é preciso ter atenção a outros sinais, como febre alta, tosse persistente, dificuldade para respirar, chiado no peito, lábios e unhas arroxeados. Com o aparecimento desses sintomas, a recomendação é procurar uma Unidade Básica de Saúde para o primeiro atendimento.
O vírus pode atingir pessoas de qualquer idade, inclusive adultos, mas os quadros mais graves acontecem em crianças menores de 2 anos, especialmente nos menores de 6 meses. Por isso, a amamentação nessa fase da vida, por exemplo, é um reforço imunológico importante. Em casos de infecção, o diagnóstico é clínico e pode ser feito o exame de painel viral que detecta a presença do VSR na orofaringe.
Como prevenir
Para reduzir os riscos de crianças terem bronquiolite e pneumonia, nessa época do ano, o Ministério da Saúde reforça algumas medidas importantes, como evitar o contato ou exposição da criança com outra pessoa já contaminada, reforçar os cuidados básicos de higiene como lavagem frequente das mãos com água e sabão e limpeza dos objetos que podem estar contaminados, como brinquedos, por exemplo.
*Colaborou Dell Pinheiro