O médico infectologista Eduardo Farias concedeu entrevista ao site A GAZETA DO ACRE nesta sexta-feira, 10, para falar sobre o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Acre, doença que matou, em menos de dois meses, nove crianças no Estado.
Como forma de prevenir a proliferação da doença, na sexta-feira, 10, a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco decidiu suspender as aulas, a partir da próxima segunda-feira, 13, o que gerou muitas dúvidas aos pais e responsáveis, no entanto, o médico defende que a decisão da gestão municipal foi adequada.
“O período de incubação da maioria desses vírus gira em torno de três a sete dias. Nos dias que não tiver aula, boa parte da cadeia de transmissão desse vírus é cortada. O aumento nos casos de síndrome respiratória aguda grave em crianças ocorreu pela baixa cobertura vacinal para Influenza (crianças menores de cinco anos), e pelo retorno das aulas, após dois anos, quando às crianças voltaram a estar juntas. E, com o período é de sazonalidade, elas ficam muito mais suscetível a essas infecções”, frisou Farias.
O infectologista destacou que é preciso entender que a síndrome respiratória, na maioria das vezes, e causada por vírus. “Portanto, a doença tem o mecanismo de transmissão e prevenção semelhante a covid-19. Como a população ficou muito atenta e teve muitas informações sobre o modo de transmissão da pandemia, e a forma de prevenção, fica mais fácil de tratar essa questão atual, visto a semelhança do que foi a pandemia”, explica.
Ele também orientou que as pessoas mantenham o distanciamento social.
“Daí a importância da suspensão das aulas. Estamos orientando os pais para que hidratem seus filhos, deixando as crianças em ambientes arejados, com janelas e portas abertas. Evitar que a criança tenha contato com outra crianças que possam estar com sintomas, como espirro, tosse, coriza nasal, qualquer coisa desse tipo. O vírus se propaga através de gotículas, do compartilhamento de objetos, de brinquedos”.
Farias concluiu sua fala alertando pais e responsáveis a manter o esquema vacinal. “Crianças de seis meses a cinco anos podem tomar a vacina da gripe, a Influenza. Crianças acima de cinco anos também precisam tomar a vacina contra à covid-19”, finalizou.