A secretária adjunta da Saúde estadual, Adriana Lobão, pediu afastamento por licença médica pelo período de 15 dias, a partir desta terça-feira, 21. A informação foi confirmada pelo porta-voz do governo do Estado, Jefson Dourado.
O pedido ocorre após uma série de protestos e um dia após mães, que perderam seus filhos para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), realizarem uma mobilização na Secretaria de Estado de Saúde e se dirigirem ao setor onde Lobão exerce suas funções.
Vídeo publicado com exclusividade pela GAZETA (veja abaixo), mostra o momento de tensão vivido pelos servidores que estavam no local quando as mães chegaram em protesto.
“Covarde, covarde, porque não foi o seu filho que morreu porque não tinha oxigênio naquela d******* (…) eu quero que ela olhe no meu olho e diga ‘eu não fiz porque sou uma prevaricadora. Eu matei esses inocentes aqui porque se eu tivesse resolvido o problema, eles não teriam morrido. É isso que eu quero ouvir”, disse Joelma Dantas, mãe de Théo, uma das vítimas, que faleceu aos 10 meses de vida.
Uma servidora, que não preferiu se identificar, classificou como “injusto” o tratamento que Lobão tem recebido da opinião pública.
“O que estão fazendo com a Adriana é muito injusto. Quem convive com ela sabe a profissional que ela é, da carreira que ela tem na saúde, e que aceitou o desafio de ajudar na gestão, se doando 24h por dia pra ajudar na saúde da população, mas o que estão fazendo é um verdadeiro linchamento”, lamentou.
A morte de crianças vítimas da SRAG veio à tona na primeira semana de junho, após reportagem de A GAZETA, informando a preocupação em torno do assunto. Dias após, a Sesacre confirmou que nove crianças morreram por complicações da doença, número que foi elevado para 10, em menos de dois meses, no dia 15 de junho.Desde então, as mães têm realizado uma série de protestos para cobrar o governo do Estado, que informou, por sua vez, que adotou uma série de medidas para evitar que fatalidades como essas venham a causar mais danos à sociedade acreana, como a ampliação dos leitos de Terapia Intensiva destinadas ao público infantil.
Um processo administrativo de sindicância foi instaurado para apurar os casos suspeitos e tomar as devidas providências. O prazo de conclusão da sindicância é até o início do mês de julho.
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