“Eu venho hoje aqui a esta tribuna falar com perplexidade. E essa perplexidade é a mesma do povo do Estado do Acre em relação à saúde pública do meu Estado”, disse o deputado federal Leo de Brito (PT-AC), na Câmara Federal, na última segunda-feira, 13.
O parlamentar falou sobre o depoimento comovente de uma mãe que perdeu o seu filho de 10 meses, com problemas respiratórios, por falta de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Pronto Socorro de Rio Branco. E frisou que desde maio, foi registrada a morte de 10 crianças.
“Causou mais perplexidade ainda quando vazou um áudio em que a diretora do Pronto Socorro de Rio Branco afirma que essa situação foi reportada uma semana antes para a Secretaria de Saúde, porém, nada foi feito, causando essa verdadeira tragédia, levando a morte de crianças, pela negligência. Imaginemos a situação, nós que somos pais e mães de família”, denunciou o deputado.
Leo de Brito pontuou que o Ministério Público do Acre (MPA-AC) e o Conselho Regional de Medicina (CRM-AC) estão apurando a situação. O parlamentar disse ainda que no último domingo os deputados estaduais Daniel Zen (PT), Edvaldo Magalhães (PC do B), Jenilson Lopes (PSB) e Jonas Lima (PT), estiveram no PS da capital, numa visita surpresa, e comprovaram que a unidade está com vários problemas.
“Faltam medicamentos básicos como Dipirona, Tramal, Aerolin, que são medicamentos básicos numa unidade de saúde. Faltam pediatras, médicos. Nossas crianças estão desassistidas. Essa situação não pode acontecer mais. Enquanto isso, o governador do Acre está na Suíça há duas semanas. E ele se arvora como um homem que fez uma revolução na saúde, dizendo que as UTIs que vieram para combater a COVID estão aí. Faltaram UTIs e as crianças morreram. Faltaram UTIs”, reiterou Brito.
O parlamentar disse ainda que na propaganda do governo do Acre é dito que a saúde está “às mil maravilhas”. “A realidade da saúde pública do Estado é o caos que vemos noticiado. Enquanto isso, o governador faz dancinha em rede social e o seu processo no STJ [Superior Tribunal de Justiça] vai ser continuado. Esse processo apura desvio de R$ 800 milhões pelo governador Gladson. Então, essa é verdadeira situação do Acre”, finalizou.