O jornal Gazeta 93FM recebeu, nesta segunda-feira, 13, a deputada federal e pré-candidata ao governo do Acre, Mara Rocha (MDB). Durante meia hora de conversa, Mara falou sobre a carreira no jornalismo, antes de entrar para a política, fez uma avaliação de seu mandato e, claro, sobre o futuro na política.
Cotada, nas últimas pesquisas, como segunda colocada na disputa ao governo do Estado, atrás apenas do atual governador Gladson Cameli, a parlamentar destacou que, até o momento, não há confirmação sobre quem será seu vice na chapa majoritária, mas deixou claro que não há possibilidade de uma disputa com “chapa pura”, pois o vice deve ser de outro partido.
“Nós temos muitas conversas com outros partidos que venham a somar com a gente e, por ora, a gente ainda está nesse namoro com vários partidos e, no momento certo, o MDB vai anunciar sim nosso pré-candidato a vice-governador”, disse ela.
Confira abaixo os principais pontos da entrevista ou ouça na íntegra ao final da matéria.
Tiago Martinello – Antes de trilhar pelos caminhos da política, a senhora teve uma carreira muito consolidada como jornalista (…) em que momento decidiu entrar na política?
Mara Rocha – Na realidade, a política, para mim, foi uma grande surpresa. Sempre gostei muito do jornalismo, passei 26 anos da minha vida no jornalismo, apresentando os principais telejornais do Estado, trabalhando na rádio também. A política veio de surpresa, e não pensava que ia ter aquela votação tão expressiva, eu já esperava que íamos ter vitória, mas não esperava que fosse de uma forma tão bonita. Sou grata à população do meu Estado por ter confiado em mim e procurei trabalhar bastante e me empenhar para entender a vida parlamentar. Eu me empenho muito em tudo que eu faço, e, graças a Deus, no nosso mandato, como deputada federal, ficamos, por várias vezes, entre os 100 parlamentares mais atuantes do Brasil. Eu falo da conquista de 29 milhões para construir a ponte entre Brasiléia e Epitaciolândia, um sonho antigo daquela população da região de Brasiléia, Epitaciolândia, Assis Brasil. E a gente, graças a Deus, nesse primeiro mandato, pode conseguir esse recurso e o prefeito de Epitaciolândia, Sérgio Lopes, vai construir essa ponte. Com recursos que nós alocamos. Não destinamos para o Estado porque, infelizmente, o Estado não tem colocado em prática as emendas, não tem tirado do papel os recursos que a gente traz, infelizmente. Por isso, optamos por destinar para a prefeitura porque temos a certeza do comprometimento do prefeito e que ele vai sim fazer essa obra de grande importância e temos outras também. Na saúde, destinamos recursos para centro multidisciplinar para os autistas, R$ 3 milhões, e é uma grande necessidade, pois temos muitas crianças que precisam desse atendimento diferenciado. Mas, eu, Mara Rocha, sou pré-candidata ao governo e vou realizar. Se Deus quiser, como governadora desse estado, a construção do centro multidisciplinar para os autistas, o centro tão sonhado para as famílias que sofrem vai sair do papel.
Brenna Amâncio – Há algumas chance de um retorno também na vida como jornalista?
MR – Eu gosto, eu eu sou apaixonada pelo jornalismo, te confesso Brenna, mas nesse momento sou muito realizada com o que eu estou fazendo e esse mandato me deu a oportunidade de fazer pelas pessoas o que eu não poderia fazer como uma cidadã comum, que é trazer recursos, fazer leis pro meu Brasil. Isso é muito gratificante. Quero dizer às pessoas que muita gente não gosta da política, muita gente está desencantada com a política, mas eu quero dizer pra você, que está em casa: não existe outra forma de melhorarmos o nosso Estado e o nosso Brasil se não for através da boa política. Elegendo políticos comprometidos que se preocupem com as pessoas, políticos humanos, políticos honestos, políticos que levem a sério o cargo que a população nos presenteou. A política ela é muito boa, o que a população tem é que observar a vida política de cada um, escolher bem e aqui quero, mais uma vez, frisar que sou pré-candidata ao governo do estado por entender que um governador do Estado é um cargo extremamente importante, de extrema responsabilidade e a pessoa que exerce um cargo de governo do estado, ela tem que ter respeito, ela tem que ter verdade, ela tem que ter comprometimento e tem que ter seriedade, ter humanidade no coração. Nas mãos de um governo do estado, estão as vidas de milhares de pessoas, a sua vida, a minha vida, a vida daquelas crianças que foram perdidas, por falta de medicamentos e UTIs. Só temos 9 UTIs no estado, dez crianças faleceram por conta da ineficiência, nós temos profissionais apaixonados que lutaram e lutam, mas, infelizmente, eles barram por falta de condições de trabalho.
TM – Que outras pautas o seu mandato vem se preocupando para a população do nosso Acre?
MR – Uma das minhas principais propostas foi olhar para o produtor rural, pela a produção rural, logo que cheguei na Câmara Federal, procurei me integrar o comitê de Agricultura e Pecuaria, apresentei vários projetos de lei para melhorar a vida dos produtores rurais, projetos que estão em transmitação, que percorre um longo caminho, nós fizemos nossa parte, e olhamos muito também para a questão da saúde mental, conseguimos recursos para o Capes infantil, que vai cuidar da saúde mental das crianças, nós temos muitas crianças com problemas mentais, que estão sofrendo, a pandemia contribuiu muito para isso, até a própria vida na internet para as crianças, mas a gente ode conseguir esses recursos para a prefeitura e também pro Capes 24h, que vai tratar da saúde mental em geral, destinamos recursos para a construção do centro de deficiências visuais, que foram dois milhões, que foram para o governo do Estado, mas, infelizmente também não saiu do papel. Se Deus quiser, eu, Mara, pré-candidata ao governo, se eleita, eu vou realizar, ceu vou onstruir o centro para deficientes visuausi, eu vou construir o Centro Multidisciplinar para os autistas, porque um governo tem que ser humano.
TM – O MDB já tem um nome para anunciar sobre o pré-candidato a vice?
MR – O MDB está conversando com vários partidos. A gente quer, sim, escolher um vice que venha agregar nesse projeto. Nós temos muitas conversas com outros partidos, que venham a somar com a gente e, por ora, a gente ainda está nesse namoro e, no momento certo, o MDB vai anunciar sim nosso pré-candidato a vice-governador. Nosso Estado tem pressa de crescer, passamos 20 anos congelados e não podemos mais parar no tempo. Estamos elaborando nosso plano de governo e queremos a participação das pessoas (…) Um dos nossos focos é combater o desemprego, dar oportunidade para a nossa juventude que está indo para Santa Catarina, em busca de oportunidades que o nosso Estado não dá. O Acre é Estado que tem o 5° maior desemprego do país, nós não podemos mais contar somente com o governo, temos que tornar o Acre atrativo para que empresários venham e acreditem no nosso Estado e invistam aqui, Como mãe, como mulher, vou cuidar das pessoas do nosso Estado.
TM – Quais os planos no sentido de combater a desnutrição infantil?
MR – É uma situação muito crítica, inclusive, tive uma reunião com vários médicos e eles me colocaram, alarmados, o número de crianças, aqui na capital, com desnutrição e isso significa fome. São crianças que não tem o que comer e, muitas vezes, não fazem nem sequer uma refeição por dia e isso é doído. Esse relato, eu pude constatar através de uma pesquisa do SUS, que mostra que, aqui no Acre, nós temos cinco municípios com mais de 20% das crianças menores de 5 anos desnutridas e, além desses cinco, tem mais dois com os índices de desnutrição mais alarmante, que são Jordão e Santa Rosa. Isso é fome, é falta de política de governo. Temos que ter um olhar para as nossas crianças e, pensando nisso, nós procuramos buscar alternativas com o nosso plano de governo (…) a Educação possui recurso pra isso e a gente vai investir no nosso futuro, que é o futuro das nossas crianças, vamos diminuir a evasão escolar, porque as mães vão sentir prazer de mandar seus filhos para a escola, pois na escola é onde muitos deles tem acesso à alimentação. Dinheiro tem! Vocês com certeza acompanharam a Operação Ptolomeu onde foram desviados quase um bilhão [de reais], então esse dinheiro precisa ser bem empregado, a corrupção precisa ser estancada, precisamos usar esse dinheiro de forma correta, então nós vamos sim cuidar das nossas crianças e vamos acabar com essa corrupção que, infelizmente, tomou conta do nosso Estado.
Ouça na íntegra: