Há quatro anos, o Acre lidera o ranking dos estados com mais registros de feminicídios, proporcionalmente, no Brasil. O mais recente ocorreu no Dia dos Namorados, 12 de junho, em Rio Branco. Enlutadas com o assassinato da jovem Ingrid da Silva, 19 anos, que foi morta com um tiro na cabeça, o Instituto Mulheres da Amazônia (IMA) emitiu nota de repúdio na noite desta segunda-feira, 13.
“Em menos de uma semana da audiência Pública no Acre recebemos a triste notícia de mais uma mulher que perdemos para o feminicídio. Um crime de ódio, em que o homem não aceita o fim do relacionamento e se sente como dono, proprietário da mulher. Somos livres! Nos queremos vivas!”, dizem as ativistas em nota.
A audiência mencionada na nota se refere ao debate promovido na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na última quarta-feira, 8, que abordou a temática de violência sofrida pelas mulheres. A proposta foi solicitada pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim) e pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre (OAB/AC).
Para o Movimento de Mulheres, “os feminicídios no Acre são consequências das ausências de políticas públicas de um Estado Feminicída”.
“São diversas omissões na implementação e efetivação de ações como o funcionamento da DEAM 24h, sete dias na semana e localizada em uma área central. Ausência de um Plano Estadual de Enfrentamento ao Feminicídio. Precisamos urgente mudar essa realidade e uma ação assertiva por parte dos poderes públicos, do executivo e legislativo. Não podemos aceitar mais essa omissão do governo! Não podemos aceitar mais a ausência de políticas públicas para as mulheres! Parem de nos matar”, reivindica o IMA.