A estátua do líder seringueiro, Chico Mendes, que fica na Praça dos Povos da Floresta, em Rio Branco, foi derrubada. Ao se deparar com a cena, a neta do ambientalista acreano Angélica Mendes externou a sua indignação.
“Nossa cidade e estado estão se acabando. Mas, nunca apagarão nossa história”, disse Angélica. Ao site A GAZETA, a jovem informou que a estátua teria sido depredado ainda na sexta-feira, 1. “Os meninos que cuidam de carro na praça me contaram que a estátua está desse jeito desde ontem. Que mexeram mais de ontem para hoje. Eles acham que era para roubar para vender o cobre”, contou.
Neste sábado, 2, a Polícia Civil emitiu comunicando, informando que o caso está sendo investigado. “Ao tomar conhecimento do fato criminoso praticado contra o patrimônio público que envolveu a estátua de Chico Mendes, afixada na Praça Povos da Floresta, região central da cidade, a Polícia Civil já tomou as devidas providências indo ao local do crime, realizando pericia técnica e dando início às diligências no sentido de identificar o(s) autor(es) da prática delituosa”.
Esse é o segundo atentado contra o mesmo patrimônio público. Em 2018, a estátua do filho de Chico, Sandino Mendes, foi furtada, não sendo recolocada no lugar.
Indignação
A depredação contra o patrimônio público mobilizou políticos e personalidades acreanas, que usaram suas redes sociais para se manifestar.
“A estátua de Chico Mendes tombada, além de ser um patrimônio público, traz uma carga simbólica negativa profunda. O poder público já apagou o graffite de Chico Mendes no Mercado dos Colonos e proibiu que fosse feito novamente. Mesmo que tenha sido ação de vândalos, é um descaso deixá-la assim. Um desrespeito á família de Chico, aos seus companheiros, a todo o seu legado sócio ambiental. À memória do Acre.
A estátua do pequeno Sandino nunca mais voltou . Espero providências, que levantem e guardem a estátua e que ela não se perca no porão extremista das ideologias obscuras”, afirmou o cineasta Sérgio de Carvalho.
O ex-senador Jorge Viana (PT) também se manifestou. “Fizemos essa escultura para homenagear e perpetuar os ideias de Chico Mendes. Tempos terríveis”, disse.
Francisco Piyãko, liderança indígena do povo Ashaninka, pediu respeito. “É uma cena forte, como se tivessem assassinado Chico Mendes mais uma vez. O Governo do Estado deve respeitar e cuidar da história do seu povo. A história de Chico deve ser espalhada, é uma luta para mantermos viva. a luta pela Amazônia é de todos nós”, frisou.