A atriz Catarina Cândida apresenta, nos próximos dias 14,15,16 e 17 de julho, na Usina de Artes João Donato, em Rio Branco/AC, a segunda temporada do monólogo ‘Tonha’, como encerramento das apresentações que celebraram um ano desde sua estréia.
Com classificação indicativa a partir dos 12 anos, os ingressos para o monólogo custam R$ 30 (inteira) R$ 15 (meia) e podem ser adquiridos no local da apresentação.
“A Tonha primeiro aborda a saída do nordestino da sua região para a Amazônia quando a borracha explodiu na primeira onda, que as pessoas vinham pelo sonho da riqueza e depois eu abordo como é chegar na Amazõnia e ver que tuoda aquela esperança que construíram dentro de você não é nada daquilo, muito pelo contrário (…) É mesmo uma prisão que as pessoas viveram para além de outros temas. Também abordamos o trabalho e o abuso sexual infantil, a Ayahuasca, que tem um papel muito importante no espetáculo, é o que ajuda a Tonha a reencontrar a força que ela já tem, então são esses temas que vamos abordando sempre com uma crítica social, mas envolvido com poesia”, disse Catarina Cândida em entrevista à Rádio GAZETA 93 FM.
A prévia do espetáculo contou com a “Semana de Tonha”, que iniciou as comemorações com uma festa exclusiva para convidados que apoiaram a primeira edição de “Tonha”, 2021. Na primeira apresentação comemorativa , intitulada “O aniversário da Tonha”, Catarina e atores locais apresentaram uma nova história da personagem, escrita por ela, em janeiro de 2022, com a colaboração de Elenckey Pimentel, autor e idealizador da campanha “Acreano seja Leitor”.
Todo o evento foi realizado graças ao apoio de patrocinadores, como Made in Acre, Anglo, Cedimp, Vitória Régia, Acre Aves, Espaço Barracão e Home, entusiastas da arte. No dia 10 de julho foi realizado, ainda, a apresentação “Casamento de Tonha”, que possibilitou a aproximação do público com os personagens Tonha, Zé, Vó Dina, Painho, entre os demais.
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Sobre o monólogo
A atriz Catarina Cândida saiu do Acre para estudar e acabou se reconectando com suas raízes acreanas, em Portugal. Em 2021, estreiou seu monólogo, “Tonha”, para os conterrâneos do coração.
Com texto da própria Catarina e de Pablo Fernando, que também assina a encenação, “Tonha” retrata olhares sobre a vida do nordestino que saiu de sua terra para desbravar a Amazônia, nos seringais. Apesar do extrato da seringa ser função do homem, a montagem foca na vivência e perspectiva da mulher, neste caso, a personagem principal, Tonha. Com tom intimista, o espetáculo foi construído a partir da técnica do teatro físico e com o intuito de contextualizar o panorama social da Amazônia e do Brasil.
“Eu queria mostrar como ela (a mulher) se sentia em sair da sua terra natal e enfrentar esse mundo misterioso que é a Amazônia e com o sonho de ter uma vida melhor”, comenta Catarina, ao explicar o processo de criação do espetáculo, que surgiu no início da pandemia do Covid-19, em 2020.
Além de Tonha, Catarina interpreta mais cinco personagens, em uma abordagem realista, como uma conversa dentro de casa. O projeto é o trabalho de conclusão da formação como atriz pela Evoé-Escola de Actores, de Lisboa, e surgiu quando os alunos foram desafiados a criar trabalhos solos. Após a primeira apresentação no curso, o professor e diretor Pablo Fernando ajudou no processo de aperfeiçoamento e reestruturação da dramaturgia e da montagem como um todo.
Por conta da pandemia, a atriz, que nasceu em Brasília, passou uma temporada no Acre – terra onde passou boa parte da infância e adolescência -, participando das aulas online. Foi neste período que as primeiras ideias de “Tonha” surgiram, com as inspirações da região, de leituras, pesquisas e da minissérie “Amazônia, de Galvez a Chico Mendes”, de Glória Perez.
Sobre a atriz
Catarina Cândida nasceu em Brasília, mas iniciou sua formação como atriz, aos 11 anos, em Rio Branco, no Acre, na Oficina de Teatro Expressão, em parceria com Cia Garatuja de Artes Cênicas, com as professoras Jocilene Barroso e Núbia Alves. Aos 18 anos, retornou para Brasília, onde expandiu seu aprendizado na escola Cia da Ilusão, ao mesmo tempo que cursava Psicologia, no Instituto UniCEUB.
Aos 19 anos, iniciou o estudos na “Evoé-Escola de Actores”, em Lisboa, Portugal. Para além da sua formação profissional, participou também de vários intercâmbios, com a ajuda da RIEA, realizados na Escola Acción- escena, em Madrid. Concluiu sua formação na “Evoé-Escola de Actores” com o espetáculo solo autoral, “Tonha”, encenado por Pablo Fernando e produzido por Companhia Evoé e Giulia Dal Piaz.