Transformação! Essa é a palavra que define a experiência da paternidade, um consenso quase que unânime entre os pais, os que realmente assumem a tarefa de cuidar e de prover um outro ser. Do amor incondicional; do filho que transforma a rotina, relações e prioridades. Para o gestor de mídias sociais e professor de inglês, Diego Dias, de 30 anos, o laço paterno é “nó que não desata”, um vínculo que se torna cada vez mais forte com a filha, Mariah Eduarda Araújo Dias, de 12 anos, que ele cria sozinho, desde que ela tinha apenas 4 anos de idade.
Para Dias, viver a grande aventura chamada paternidade teve início no dia 3 de dezembro de 2010. “Para mim, naquele dia, não só nascia uma criança, mas também um pai, e, posso dizer, que foi um dos dias mais felizes da minha vida. Não é que seja uma história muito diferente da de outros pais que sentiram esta emoção, mas ser pai da minha princesa, Mariah Eduarda, foi bem além. Desde os seus 4 anos de idade, me tornei seu ‘pãe’ [pai e mãe] e a crio sozinho, desde então. Porém, antes desse período, ela já vivia constantemente comigo”.
A criação dos filhos, culturalmente, é tarefa majoritariamente feminina, sendo da mãe a responsabilidade de estar o tempo todo com a criança, de criar, alimentar educar e cuidar das demais tarefas diárias. Para Dias, entretanto, essa definição teve um outro contexto, pois essa ‘missão’ foi toda dele, o da paternidade ativa, após uma relação tumultuada com a mãe de Eduarda.
“A mãe dela, infelizmente, é uma pessoa com problemas. Então, desde os seus 4 anos de idade, a Mariah Eduarda vive comigo, em tempo integral. Vivi todos os processos, as noites mal dormidas por ela ficar acordada nas madrugadas, as noites em hospital quando adoecia, trocar fraldas, fazer comida, dar banho etc. Mesmo muito jovem, sabia que teria que apreciar cada um desses momentos, pois passaria muito rápido. E foi assim que aconteceu”.
O gestor de mídias sociais enfatizou que não foi fácil cuidar sozinho da filha, porém, o amor sem limites por Mariah, e sua fé em Deus, o fortaleceu.
“A genitora sumiu depois de um tempo, passando anos em total silêncio. Foi então que tive que assumir os dois papéis, o de pai e mãe. Algumas coisas, em especial, não eram nada fáceis, quando, por exemplo, estávamos em algum lugar e ela queria ir ao banheiro. É comum uma mãe levar a filha pequena ao banheiro feminino, ela auxilia nas suas necessidades, e, eu, obviamente, não poderia levá-la ao banheiro masculino. Então, sempre tinha que contar com alguma ajuda, quando se tinha alguma amiga por perto era mais fácil, mas nem sempre isto era possível”.
Ele conta que, quando Eduarda ainda estava no ventre da mãe, conheceu Deus de verdade. “Me entreguei totalmente à minha fé, como estou até hoje, e criei minha filha nos princípios cristãos, ensinando valores, e, acima de tudo, dando exemplo. Na minha opinião, esta é a maior herança que um pai pode deixar a seu filho. Fui missionário, até mesmo fora do Brasil, mais especificamente nos andes peruanos. Minha filha sempre esteve comigo nessas aventuras. Para os peruanos era curioso ver um missionário, pai solteiro, mas, na verdade, a forma como eu a tratava, e como era cuidadoso com ela, foi ponto chave para que eles também entendessem o amor de Deus, e compreendessem melhor a mensagem que estava passando para Mariah. Tive bastante ajuda ali também, e, para ela, foi uma experiência fantástica, vivemos momentos incríveis”.
O professor de Inglês finaliza dizendo que ser pai é uma dádiva, um presente do Senhor. “Minha filha já está com quase 12 anos, e nossa relação segue pautada com muito amor, somos parceiros. Ela diz que sou o melhor amigo dela, a pessoa que ela mais ama e confia. No entanto, o que ela não sabe é que fui privilegiado por Deus por tê-la em minha vida. Eduarda foi meu “curso de teologia avançado”. Foi com ela que entendi o amor de Deus por mim, e pela humanidade, e sabendo que ela dependia de mim e precisava me ver forte, me dava forças todos os dias para lutar, e, é assim até hoje. Com Mariah, amadureci em todos os aspectos. Ser pai pra mim é um presente, uma dádiva única. Há quase 12 anos tenho o privilégio de passar com ela mais um Dia dos Pais, e sei que muitos mais virão”, concluiu.