A vereadora Aurelinda Portela (PP), do município de Feijó, interior do Acre, foi presa nesta segunda-feira, 8, acusada de cometer os crimes de estelionato e furto mediante fraude, praticados contra idosos, indígenas e trabalhadores rurais. Até o momento, oito vítimas formalizaram denúncias, no entanto, o número de pessoas afetadas deve ser ainda maior, segundo a Polícia Civil que estima um prejuízo superior a R$ 300 mil.
A operação que resultou na prisão da acusada é fruto da ação integrada da Polícia Civil e do Ministério Público do Acre (MPAC), por meio da Promotoria Criminal de Feijó. Além da prisão de Aurelinda, a Justiça também determinou, a pedido da Polícia Civil, o sequestro de 251 bovinos das propriedades da filha e do marido da investigada, que devem ser utilizados para restituir as vítimas.
Em julho de 2021, a vereadora já havia sido presa em flagrante, juntamente com sua filha e seu esposo, pela Polícia Federal, por ter cometido os crimes de estelionato e apropriação indébita. Durante a audiência de custódia, na sede da Primeira Vara Federal de Cruzeiro do Sul, todos foram liberados sob pagamento de fiança e com cautelares judiciais consistente em não poderem ter contato com indivíduos dos grupos indígenas e de trabalhadores rurais.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, a investigada continuou praticando os crimes sem qualquer receio de ser presa.
“”De acordo com a investigação, conseguimos angariar provas e elementos informativos para comprovar que a vereadora se aproveitava da ignorância e inocência desses povos, sobretudo os indígenas e trabalhadores rurais, tendo em vista que a maioria não sabia ler e nem escrever, muito menos contar dinheiro. Diante dessa hipossuficiência intelectual das vítimas, Aurelinda se aproveitava, fazia transferências de valores, empréstimos e até mesmo financiamentos em nome dessas vítimas, tendo em vista que ela usava de procurações par apromover todos esses atos”, destacou o delegado de Polícia Civil em Feijó, Railson Ferreira.
A presa foi conduzida a delegacia e colocada à disposição da justiça.