O presidente do União Brasil no Acre, senador licenciado e candidato ao Governo do Estado, Márcio Bittar, foi o entrevistado desta segunda-feira, 15, da Rádio Gazeta 93FM. Bittar, que conseguiu viabilizar o lançamento da ex-mulher Márcia Bittar (PL) como candidata ao Senado, na chapa do MDB, que tem a deputada Mara Rocha concorrendo o governo, fez questão de destacar, para os jornalista Brenna Amâncio e Tiago Martinello, que o cargo “mais importante” do processo eleitoral é o de presidente.
“A eleição para presidente é a mais importante para o Acre, não adianta negar. Eu tenho dito isso ao longo de 30 anos, tudo que nós precisamos para o Acre, não se resolve aqui. Leis que precisam ser mudadas, não se resolve aqui; recurso pra fazer as obras de infraestrutura que nós não temos e precisamos, também não temos recurso pra isso. Portanto, a eleição nacional, que me perdoem todos os candidatos, mas, para o Acre, eu não tenho dúvida, que a eleição mais importante é a eleição da Presidência da República. Pra mim, a eleição do Bolsonaro é a mais importante”, destacou o candidato.
Além disso, o senador também declarou que saiu candidato ao governo do Acre para “proteger” a candidatura da mãe de seus filhos. “Eu saí candidato para proteger a candidatura da Márcia, porque senão o União Brasil estaria trabalhando contra ela. E ela merece, não é nenhum sacrifício, ajudar a estratégia de reeleição do presidente Bolsonaro e ajudar no maior interesse que ele tem no Acre não é nenhum sacrifício, eu faço isso com prazer. Então, se for preciso, eu sou candidato e vou passar a campanha dizendo aquilo que o presidente fez”, disse.
Essa é a terceira vez que Márcio Bittar concorre ao governo do Acre. A primeira foi em 2006, quando perdeu a eleição para Binho Marques (PT) e, na segunda, perdeu a disputa para o ex-governador Tião Viana (PT). Em 2018, foi eleito senador, à época pelo MDB, com 185.066 mil votos.
Desta vez, ao lado de sua candidata a vice, a médica Georgia Micheletti, ele se diz mais maduro e com um plano de governo aperfeiçoado. Abaixo, leia a entrevista ou ouça o áudio completo.
Brenna Amâncio- O que o levou a se lançar candidato nesta eleição? Qual foi o fator determinante nessa sua escolha em disputar as eleições para o governo do Acre?
Márcio Bittar – A prioridade para o presidente Bolsonaro, no Acre, sempre foi a eleição de uma senadora, que é a Márcia. Ela é a candidata do PL, do partido do presidente, que, inclusive, através do seu filho Flávio Bolsonaro, tirou o PL das mãos da deputada Mara, que é a deputada mais votada do Acre, e que é também pré-candidata ao governo do estado, bolsonarista, para entregar para a Márcia, para a Márcia ser a candidata dele ao senado. Isso mudou por conta da questão local, ela (Márcia) acabou sendo convidada pelo atual governador para compor a chapa dele. Ela não queria, mas, em nome do grupo, acabou aceitando, mas depois isso mudou, porque o governador escolheu uma outra pessoa, o que é um direito dele. E o plano original é, de fato, para o presidente Bolsonaro. Primeiro, que a eleição para presidente é a mais importante pro Acre, não adianta negar. Eu tenho dito isso ao longo de 30 anos: tudo que nós precisamos para o Acre não se resolve aqui; leis que precisam ser mudadas não se resolve aqui; recurso pra fazer as obras de infraestrutura que nós não temos e precisamos também não temos recurso pra isso. E, para ele, o que mais importa, além de ganhar a eleição, claro, é mudar o Senado. Eu saí candidato para proteger a candidatura da Márcia, porque se não o União Brasil, que eu peguei e montei a chapa, estaria trabalhando contra ela, e ela merece, não é nenhum sacrifício… ajudar a estratégia de reeleição do presidente Bolsonaro e ajudar no maior interesse que ele tem no Acre não é nenhum sacrifício. Eu faço isso com prazer, então, se for preciso, eu sou candidato, e vou passar a campanha dizendo aquilo que o presidente fez.
BM – Márcio, a sua chapa é formada pelo senhor, como pré-candidato ao governo, a médica Georgia Micheletti, e Alan Rick para concorrer ao Senado. Só que tem acontecido algumas confusões sobre os apoios entre você e o Alan Rick, mesmo vocês estando na mesma chapa. Como o senhor pode explicar isso?
Márcio – Com naturalidade, as coisas nem sempre são tão branco no preto como se parece. O deputado Alan Rick tem direito de ser candidato ao Senado, é o candidato do União Brasil. Eu disse isso na sexta-feira, no dia da convenção. Ele, com alguns pré-candidatos, me pediram para eu não ser candidato, eles queriam, de toda forma, que o União Brasil se coligasse ao atual governador. Eu respeito a opinião deles, mas, entendam que tem coisas que ultrapassam limites A campanha que o governo patrocinou em boa parte contra a Márcia, que é mãe dos meus filhos, é minha família, embora não estejamos mais casados, mas, foram 32 anos, essa é uma família que vai ser a vida inteira, ela continuará sendo uma pessoa importante para o resto da minha vida, ela é minha família… e o homem que não defende sua família não serve pra nada, são premissas básicas. Então, eu acho que ultrapassou-se todos os limites. Muita gente que recebe do governo fazendo uma campanha difamatória contra uma mulher que não tem processos, que pode andar de cabeça erguida em qualquer lugar, leal, fiel e preparada para qualquer desafio, como é preparada para o desafio de representar o Acre no Senado da República ao lado do presidente Bolsonaro. Agora, no dia, eu disse a eles que eu não iria encrencar com ninguém da chapa que queira apoiar o atual governador. Eu não vou ficar atrás de candidato, eu não sou policial, não sou fiscal, cada um faz aquilo que achar melhor, eu não me sinto bem no papel de estar andando atrás fiscalizando. No mesmo dia da nossa convenção, o deputado foi ao evento da homologação do atual governador, dizendo que ele tinha autorização do União Brasil para aporia o atual governador, e da minha parte ele tem mesmo, tanto que isso também me dá o dinheiro de apoiar quem eu quero, e o meu voto não tem como não ser da Márcia.
Tiago Martinello – Explica pra gente como esta sendo o processo da construção do seu plano de governo.
Márcio – Se você pegar o que eu dizia há 30 anos é a mesma coisa, por exemplo, o Código Florestal, nós precisamos alterar esse código, essas leis que existem no Brasil, não têm em lugar nenhum no planeta. Se eu ganho o governo, eu vou trabalhar com a Bancada Federal, para que a gente arrume isso. Se Deus quiser, com o presidente Bolsonaro reeleito, crie alguma flexibilização.