O acreano Junior Manchineri, indígena do povo Manchineri, tem 21 anos, acadêmico de Ciências Sociais, é o pré-candidato indígena mais jovem do Brasil.
Juninho, como é conhecido, teve sua candidatura a deputado estadual homologada nesta sexta-feira, 5, na convenção da Federação Brasil da Esperança, que reúne Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Verde (PV) e Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Juninho possui em seu DNA a participação política e social. Isso porque é filho de Elcio Severino da Silva Manchineri e Maria das Graças Costa Silva, que se conheceram no dia do enterro do militante Chico Mendes, assassinado por lutar pelo direito da floresta em pé.
A união das lutas por direitos indígenas e direitos socioambientais gerou uma família envolvida na política acreana, seus avós paternos Zé Urias Manchineri e Maria Manchineri lutaram pela demarcação da Terra Indígena Mamoadate, localizada entre os municípios de Assis Brasil e Sena Madureira no estado do Acre, foi identificada em 1977, demarcada em 1986 e homologada em 1991; seus avôs maternos Expedito Ferreira da Costa e Adalgisa Pinto da Costa, naturais de Boca do Acre (AM) saíram do seringal para dar oportunidade de estudos para seus filhos na capital do Acre.
“Vamos formalizar uma candidatura que parte de uma construção popular, da unificação de vários segmentos sociais, para que possamos por meio das eleições ter um mandato diverso, que dialoga diretamente com as minorias que sofrem com retrocesso das políticas públicas e com a violência escancarada pelo bolsonarismo”, destacou Juninho.