A Rádio Gazeta 93FM continua a rodada de entrevistas com os pré-candidatos às Eleições 2022. Nesta quinta-feira, 11, o convidado foi David Hall (Agir), postulante ao cargo de governador. O professor, de 35 anos, se apresenta como um candidato simples e destaca que, diferente dos outros candidatos ao governo, não irá usar dinheiro público em campanha.
“David Hall é um candidato comum, se você for olhar os outros candidatos, todos eles são da velha política, políticos profissionais, políticos de carreira, e eu sou o único que não vai usar dinheiro público, sou o único que quando adoece vai na UPA, sou o único que não tem segurança particular e sou o único que conheço os dilemas da educação”, afirmou Hall aos jornalistas Brenna Amâncio e Tiago Martinello, durante sua apresentação inicial.
Com sua candidatura já registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AC) e, portanto, também seu plano de governo, David Hall aproveitou para destacar suas principais propostas. Segundo ele, o destaque maior vai para a economia, com a estratégia de “desenvolver o Acre 50 anos, em apenas oito anos”.
“A gente tem um projeto muito audacioso, muito promissor, que promete desenvolver o Acre 50 anos em oito anos, eu vou focar nesse projeto. Trata-se da questão da produção, se a gente não aumentar a nossa produção de alimentos, a gente não vai conseguir suprir a necessidade local e poder exportar, e isso precisa acontecer, levando, principalmente, as informações necessárias de como aumentar essa produção para o pequeno e médio produtor, levar a tecnologia até eles, e levar o acesso ao crédito para que eles possam investir no maquinário, então a base de tudo está no aumento da produção”, destacou.
Esta é a segunda vez que o professor disputa uma eleição. Em 2018, ele já havia concorrido ao cargo de governador e conquistou 1.215 votos. Desta vez, ao lado da pré-candidata a vice, Jorgiene Carneiro, ele se diz mais maduro e com um plano de governo aperfeiçoado. Abaixo, leia a entrevista ou ouça o áudio completo.
Tiago Martinello – O senhor já foi candidato ao Governo do Estado, em 2018, e tenta, novamente, essa disputa. A gente começa a nossa entrevista, hoje, pedindo pro senhor responder aos nossos ouvintes: quem é o David Hall?
David Hall – David Hall é simples, David Hall não é filho de empreiteiro, não vem de famílias tradicionais. Tenho 35 anos de idade, sou casado, sou pai, sou professor de escola pública, sei o que é ter que usar saúde pública, ter segurança pública e educação pública. Quando eu falo pra população, eu falo com conhecimento de causa, de quem realmente vive as dificuldades do dia a dia, sou gente como a gente.
Brenna Amâncio – O seu plano de governo já foi apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral, certo? Conta pra gente David Hall, de forma resumida, as suas três principais propostas contidas no documento.
DH – Eu não posso deixar de falar da nossa principal proposta, que diz respeito à economia, tema fundamental das eleições desse ano, porque o Brasil voltou ao mapa da fome, e a gente tem um projeto muito audacioso, muito promissor, que promete desenvolver o Acre 50 anos em 8 anos. Eu vou focar nesse projeto, trata-se da questão da produção. Se a gente não aumentar a nossa produção de alimentos, a gente não vai conseguir suprir a necessidade local e poder exportar, e isso precisa acontecer, levando, principalmente, as informações necessárias de como aumentar essa produção para o pequeno e médio produtor, levar a tecnologia até eles, e levar o acesso ao crédito, para que eles possam investir no maquinário. Então, a base de tudo está no aumento da produção. Nós temos dados, de acordo com a Federação da Agricultura, com parceria com a Embrapa, instituições renomadas, que dizem que, anualmente, temos um faturamento médio de 700 milhões de reais, quando, na verdade, nós poderíamos ter 5,4 bilhões de reais. Estamos perdendo dinheiro por não utilizar estratégias para chegar a esse faturamento. De acordo com essas instituições, a gente precisaria inserir o sistema consorciado, integrando lavoura agropecuária, e a gente acrescentaria lavoura agropecuária floresta. Isso permite que a gente tenha uma rentabilidade melhor. A gente não vai esgotar a produtividade da nossa terra, a gente vai conseguir produzir mais alimentos, de maior qualidade, em menos tempo, e utilizando menos espaço. Isso dá pra fazer, e a gente sabe como fazer.
TM – Na área de segurança, o senhor promete reduções de até 80% nos crimes contra a vida e patrimônio e reduzir 60% da taxa de crimes ligados à violência doméstica cometida por homens e mulheres. Como pretende fazer isso?
DH – Especificamente em relação à violência doméstica, que não é só a violência contra a mulher, é a violência que ocorre dentro de casa, na qual o agressor que é o covarde, ele está naquele espaço onde as instituições não estão para ver o crime cometido. Nós temos experiências boas Brasil a fora, e nós vamos pegar essas experiências e aprender com elas. Existe um dispositivo que se chama botão do pânico, que parece um controle remoto: quando você aciona ele, a polícia se dirige, imediatamente, ao local da vitima. Vamos fazer isso com a nossa Polícia Militar. Esse custo médio por cada botão do pânico saiu torno de 30 reais, não é oneroso pro estado, o estado tem condições pra isso. Além da Polícia Militar ser acionada, o dispositivo também grava o áudio, e aquilo é utilizado contra o agressor no juizado. Os índices de criminalidade em Vitória, onde essa experiência deu certo, diminuíram muito, isso não serviu só para as mulheres, mas também para denunciar violência contra animais e crianças.
TM – Qual o grande projeto que você tem para área da Saúde?
DH – Em relação à Saúde pública, construir prédios é importante, mas, o mais importante, é dar resolutividade aos problemas da Saúde. Não adianta ter prédio e não ter equipamento, não adianta ter prédio e não ter funcionário. Então, a gente precisa investir nos nossos funcionários, ter maiores contratações, ter equipamentos. Se vocês forem ver as condições dos nossos médicos no interior, em municípios mais distantes, é assustador, eles ficam ali sem saber o que fazer, porque, às vezes, não tem os insumos, nem os materiais mais básicos para poder fazer determinados procedimento. Então, é levar esses equipamentos necessários para os nossos médicos. A área da Saúde dialoga com outras áreas, se a gente, por exemplo, cuidar do saneamento básico, a gente já evita uma série de doenças. É investir, principalmente, na prevenção, evitar que a doença aconteça, mas, se acontecer, nós precisamos oferecer as condições necessárias para quem precisar.
BA – Bom, tem gente achando que o partido Agir é novo, David. Na verdade, ele já existia. Teve só uma alteração recente no nome da sigla, que antes era Partido Trabalhista Cristão (PTC), certo? Explica para os nossos ouvintes a que se deve essa mudança.
DH – Os partidos políticos, como um todo, estão passando por um processo de estagnação, de modo que, em pleno século 21, a nossa forma de fazer política está mudando, tudo está mudando, rapidamente, graças às tecnologias, e os partidos políticos precisam se renovar, precisam se atualizar à luz do século 21, à luz das demandas, das necessidades da população. O Agir, pensando nisso, fez uma mudança de estatuto, mudança de nome, mas, mais importante que isso, a mudança do ‘modus operadis’ de fazer política. Fazer política dialogando com as pessoas e utilizando essas ferramentas: a nossa linguagem, no mundo moderno, é, sem dúvidas, das redes sociais, o tiktok, Instagram, Facebook… A gente precisa estar inserido nesses novos meios de comunicação.
TM – David, fala um pouco como se deu o projeto de escolha da sua vice e também do pré-candidato ao Senado da sua chapa.
DH – A nossa vice é a Jorgiene Carneiro. Quando pensamos na vice, pensávamos em trazer algo que pudesse acrescentar, no sentido de suprir algumas lacunas, por exemplo, ela, como mulher, tem um ponto de vista diferente do meu, ela tem uma sensibilidade a mais, que eu, por ser homem, não tenho. Escolhemos alguém do setor empresarial. Eu sou funcionário público, sou professor do estado, sou professor do Instituto Federal do Acre, então, ao trazer ela, do setor liberal, acrescentamos uma perspectiva, um olhar o qual eu não tenho. A gente fez essa junção pensando nisso, pra ter uma visão mais profunda e mais ampla sobre o nosso estado do Acre e o que a gente poderia estar propondo para diminuir as mazelas sociais. Em relação ao nosso senador Dimas Sandas, ele foi coordenador da minha campanha, em 2018, foi coordenador da campanha do Carlos Gomes para a Prefeitura de Rio Branco, em 2016, e é um cara altamente qualificado. Ele trás também sua trajetória de vida, sua experiência pessoal. Já participou de gestões anteriores… Ele, sem sombra de dúvidas, qualifica o debate. Na minha opinião, é o candidato ao senado mais preparado a representar o Acre pelos próximos 8 anos. Acredito que nossas escolhas foram muito bem selecionadas.
BA – Já que a equipe está montada, conta qual é a sua expectativa para o começo do período de campanha, já na próxima semana?
DH – Nós estamos animados, ansiosos, fomos a terceira candidatura a ser registrada no TRE, e não vemos a hora de começar a poder pedir voto, a ir pro front de batalha, a fazer campanha. Vamos investir muito nas redes sociais, pois sabemos que não vamos poder contar com as mesmas estruturas que os adversários. Nós fizemos um comprometimento com a população: não vamos usar nosso fundo eleitoral de campanha, porque a gente acha que esse recurso público deveria ser utilizado para coisas prioritárias. Tem tanta carência, falta tanta coisa.. O fundo eleitoral aumentou pra quase 5 bilhões de reais, dinheiro esse que poderia estar sendo investido em infraestrutura, geração de emprego e renda. Tem brasileiro passando fome, e a gente gastando dinheiro com política, pra gente não é razoável, e nós somos a única pré-candidatura que não vai usar dinheiro público.
TM – Você já tem uma experiência com uma candidatura a cargo majoritário, em 2018. O que aquela experiência de 2018 te trás agora? Quais são os acertos que você quer maximizar e os erros a corrigir?
DH – Em 2018, a minha candidatura ao governo foi minha primeira candidatura, era tudo uma novidade pra mim. Passados esses anos, eu amadureci muito, o nosso projeto permanece o mesmo, mas ele foi aperfeiçoado, e muito daquilo que a gente falava em 2018, da saúde 2.0, da necessidade de um processo de informatização, de modernização, não só da saúde, mas também da educação, são mais atuais do que nunca. Aquilo que a gente falava, lá em 2018, da necessidade da digitalização de livro, de a gente mudar a forma como se ensina, que a gente ensina nos moldes do século 19… Existe uma apatia generalizada por conta desse formato, que já é arcaico e defasado, e a gente já falava isso. A pandemia mostrou que nós estávamos certos, que a tecnologia está aí pra ser utilizada da maneira certa, a nosso favor. Passada as eleições, a população do Acre fez uma escolha, que, em minha opinião, foi equivocada. Falava-se muito de agronegócio, mas se falava de forma muito superficial. Nós temos um projeto muito claro: crescer o Acre 50 anos em oito, utilizar aquilo que a Embrapa recomenda, a gente sabe como fazer, essa experiência foi muito rica pra nós, pois agora estamos mais maduros, e solidificados. A gente sabe o que a gente quer, a gente quer colocar comida na mesa dos acreanos.
BA – Essas eleições prometem ser uma das mais movimentadas dos últimos tempos. Como o senhor se sente ao fazer parte disso? O que o diferencia dos demais pré-candidatos?
DH – Essas eleições, de fato, talvez na história das eleições do Acre, nós nunca tivemos sete postulantes ao cargo de governador do Estado do Acre. Agora, a gente está vivendo um momento de pós-pandemia, porque isso trás algumas temáticas que forçam a gente a pensar no Acre para o futuro. Não um projeto de governo, mas um projeto de Estado, que seja para além dos 4 anos. A única novidade é que o David Hall é um candidato comum, se você for olhar os outros candidatos, todos eles são da velha política, políticos profissionais, políticos de carreira, e eu sou o único que não vai usar dinheiro público, sou o único que quando adoece vai na UPA, sou o único que não tem segurança particular e sou o único que conheço os dilemas da educação, porque a minha filha estuda em escola pública. Eu sou professor de escola pública, então, se tem algo que me diferencia dos demais é porque eu conheço as dores de uma pessoa comum, esse é meu grande diferencial. Quando eu falo, falo com conhecimento de causa.
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*Colaborou Ludmyla Maia