A origem do Setembro Amarelo e todo o movimento de conscientização contra suicídio começou com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. O jovem era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, tendo como sua marca um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo.
Porém, em 1994, Mike cometeu suicídio, com apenas 17 anos. Nem a família, ou os amigos perceberam que ele pretendia se matar.
No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou proporções e expandiu-se pelo país.
O suicídio é uma triste realidade que atinge a todos globalmente gerando prejuízos de toda ordem à sociedade. O dia 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa do Setembro Amarelo é a maior campanha anti estigma do mundo e foi criada em 2015. Este ano, o lema é “A vida é a melhor escolha! ”
As redes sociais são os grandes veículos utilizados para atingir todas as camadas sociais, entretanto, os Storys chegaram para inflar a inveja do que se tenta ter ou interpretar. Na verdade, é um tributo a felicidade que nem conquistamos. A realidade é uma gaveta cheia de boletos, um casamento frustrado, um relacionamento por interesse, um tanque de roupa suja, uma cara plastificada de botox, fios, repuxos, com sobrancelha atrepada na força da agulha, em alguns casos, uma vaga lembrança de um amor que se foi.
Relato de um fato recente. A filha de uma conhecida viajou para assistir um espetáculo de música com dinheiro contado, mas na hora da apresentação de seu astro preferido, desmaiou de fome. Mas as fotos das redes sociais ficaram perfeitas. A sobrevivência é por conta do escrito, sabido, muitas vezes nem vivido. E uma alegria inventada.
As profundezas da alma de quem depende da aprovação alheia, entra no desconhecido, segue apreensiva, não tem nada em que se segurar, é como pisar em falso, tudo escapa, falha, é como estar fugindo, a sensação é de quem fica para trás, corre-se sem alcançar o objetivo, o que se quer é chegar e na medida em que se avança são engolidos, a luz que se leva periga apagar, parece que estamos sempre por um fio que ameaça romper. Acontece o desespero porque as informações na web são rápidas demais. O mundo parece viver sob o fatalismo de tudo do que já vem determinado, a maioria das pessoas não quer nem saber de onde vem a causa nem para onde estamos indo, apenas seguimos desapegados, não que desconsideremos o que é importante, é que o valor perdeu a medida, as comparações são hiperbólicas.
Penso que devemos cuidar mais de nossa saúde mental. O G1 publicou recentemente a necessidade de psicólogos nas escolas, “após” a pandemia, por causa do aumento do quadro de depressão dos estudantes pela quantidade de luto familiar, a rapidez das mudanças e o volume de informações.
Acho que nos preocupar menos com o que as outras pessoas pensam ou deixam de pensar sobre nós, e na mesma lógica, evitar emitir julgamentos sobre as oque outras pessoas pensam a nosso respeito, a menos que haja uma finalidade construtiva ou transformadora já é uma autoajuda.
Julgar o Outro é um ato narcísico por excelência, afinal as pessoas julgam para se diferenciar, para declarar sua superioridade face a uma postura, uma atitude, um comportamento, etc. Quando o ato não fere ou ofende uma pessoa ou grupo social, não tem por que julgar. Com efeito, as pessoas julgam, fofocam, maldizem, bravejam, umas mais, outras menos. Só que quem mais julga é quem mais tem medo de ser julgado.
Beth Passos
Jornalista