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Saiba como identificar estelionatários

Esses crimes se tornaram mais frequentes durante a pandemia da Covid-19, em que diversos serviços financeiros passaram a ser realizados apenas pelo celular.

De acordo levantamento divulgado pelo 16º Anuário do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), a prática do crime de estelionato cresceu 180% nos últimos três anos no Brasil.

Para você ter uma ideia da evolução desse crime no nosso país, o levantamento do FBSP apontou que os casos de crime de estelionato passaram de 426,8 mil em 2018 para 1,26 milhão em 2021.

O estelionato é um crime previsto no artigo 171 do Código Penal Brasileiro. Ele acontece quando uma pessoa obtém vantagem ilícita, utilizando-se de artimanha para enganar ou levar a vítima ao erro e, consequentemente, causando-lhe prejuízos.

Segundo o estudo, a prática do estelionato está relacionada principalmente aos crimes praticados pela internet. Esses crimes se tornaram mais frequentes durante a pandemia da Covid-19, em que diversos serviços financeiros passaram a ser realizados apenas pelo celular.

Os bancos, por exemplo, poderiam proteger mais as informações dos seus clientes. Essas instituições financeiras cobram taxas altíssimas e juros exorbitantes dos consumidores, mesmo assim, não investem em segurança eletrônica como deveriam.

A maioria dos estabelecimentos comerciais e as operadoras de telefonia também poderiam se preocupar mais com os critérios de contratação de seus colaboradores, principalmente daqueles profissionais que são responsáveis pelo acesso aos dados pessoais dos consumidores.

Ao conseguirem as informações pessoais das vítimas, os estelionatários fazem a contratação de empréstimos e realizam compras pela internet. Eles também ligam para as vítimas e se dizem representantes de bancos, de escritórios de advocacia e de empresas de crédito, para assim concretizar a prática do crime de estelionato.

A minha mãe recebeu recentemente a ligação de uma pessoa que se dizia ser advogada e que gostaria de resolver uma questão judicial que supostamente estava “parada” em Brasília. A pessoa disse que havia um precatório disponível para recebimento.

A família até comemorou, mas se tratava de uma fraude! O que me impressionou foram as informações que a pessoa utilizou para convencer a minha querida mãe a repassar mais informações pessoais.

Como sou advogado, quando soube dessa notícia, logo procurei informações sobre a habilitação da profissional que se dizia ser advogada. Ela não era advogada e não existia qualquer processo em andamento na Capital Federal.

Mas eu já soube de pessoas daqui de Rio Branco que receberam ligações telefônicas de supostos advogados e que realmente essas pessoas tinham processos em tramitação em instâncias superiores, no entanto essas ligações se tratavam apenas de tentativa de golpe.

Por tanto, meu amigo, fique atento! Não repassem informações pessoais pelo telefone ou pela internet. Não confie em pessoas que ligam para sua casa e se dizem de bancos ou de escritórios de advocacia.

Esses são serviços que geralmente são contratados diretamente por você junto a essas instituições, sem a necessidade de intermediários.

Não aceite a ajuda de estranhos para utilizar caixas eletrônicos, como também para lhe ajudar com o celular.

Converse com as pessoas mais idosas da sua casa, informe a elas sobre as práticas mais frequentes desses crimes de estelionato, principalmente como esses crimes são praticados pela internet ou pelo celular.

Fique atento e não permita que estelionatários causem prejuízos para você e sua família!

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Um grande abraço para você e sua família! Um ótimo dia de trabalho!

Até mais!

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Pablo Angelim Hall: Pablo Angelim Hall é advogado e professor. E-mail: pabloangelim@gmail.com