O estado acreano registrou recorde de queimadas no mês de setembro, superando até o mesmo o pior registro histórico, que tinha sido o ano de 2005. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Conforme os dados, até a segunda-feira, 26, foram registrados, em todo Acre, 6.328 focos de queimadas, enquanto, em 2005, que tinha sido o pior mês até então, desde que é feita a leitura a partir de 1998, foram 6.092.
No acumulado do ano, 2022 já tem o terceiro pior dado dos últimos 25 anos, com 9.416 focos de queimadas, ficando atrás apenas dos anos de 2005, o campeão com 15.993 focos, e de 2003, ano em que esses dados começaram a aumentar, com 10.523 no total.
Conforme os dados do INPE, Feijó tem sido a campeã de queimadas, e nestes 26 dias de setembro já registrou 1.333 focos, o que corresponde a 19,5% do registro de todo estado.
Logo depois está Tarauacá (825); Sena Madureira (682); Rio Branco (664); Cruzeiro do Sul (406). Estas são as cinco maiores números no Acre. Plácido de Castro foi quem menos queimou com apenas 21 focos.
O reflexo disso são animais afugentados da floresta, alguns sobrevivem, outros morrem. A fumaça que causa sérios riscos à saúde e também já tem sido um dos piores anos nesse sentido, segundo informou o professor Foster Brown, pesquisador e doutor em Ciências Ambientais.
“Atualmente, passamos cerca de um mês com valores diários acima do limite máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Sabemos que, além dos efeitos imediatos na população, a fumaça, penetrando nos pulmões das pessoas, causa problemas de desenvolvimento fetal e desenvolvimento de crianças, além de aumentar as chances de câncer, problemas cardíacos e aumento de demência em idosos”, pontuou.